12/05/2007

O fevereiro mais constante

Beijando as peças de um campo de trigo
um vento cantava pra outro escutar
De invisível a bastante físico
tomava dos trigos a forma e o mostrar

Apenas passante quando sozinho
Usava os seres para se iluminar
Retumbando em paredes impróprias
Fazia seus o dos outros caminhos

Impessoal e mimetista
Nunca tentou explodir em cor
Tornou-se figura contemplativa
Parece que nunca sentiu o amor

Fingiu personagens tantas vezes
que cada mais um se torna mais
incapaz de reconhecer sua real vertente
de saber se si mesmo consigo trás

E adaptado em meio ao tumultuo
não mudará pois se sente importante
se sente único, inesquecível e culto
se sente o fevereiro mais constante

Extrema unção

Bravejava o ansião tanto sobre emocionar
e o pequeno jovem se ria tanto
dele brotavam só materiais
cantava a simplicidade real

O ansião franzia sua mente
se perdia nas falas do pequeno
que brilhava, mas fosco
pela beleza da ingorância

Até que ponto seriam iguais
as felicidades opostas?
Um tão emocional,
outro tanto por matéria e materiais?

Entorpecido então agiu o mais velho
Num abraço inverteu as sensações
Sentiu ele a pele e o que era o menino
e o menino se inundou de emoções

Um se perdeu, com o novo que sentia
Outro sorriu pela sensação lembrada
No fim do abraço apenas um sobrevivia
Outro, tão jovem, se sepultava. E renascia.

Broken Rewind Button

Todas as horas que me sinto em paixão
Ressoa em mim uma coleção de tons
São as letras escritas em nossos corações
Soando como música num surreal aparelho de som

E canto tão bem esta completa canção,
mas em solidão não consigo cantar
Minhas palavras só saem de mim
se minha mão a tua consegue alcançar

Sozinho tudo que faço é parado
Nem meus passos vão a algum lugar
Minha música vira uma reza
De joelhos, pedindo pra te encontrar

Meus olhos vêm tudo mais escuro
tudo que encosto não tem calor
o que me diverte é limitado
quando me machuco sinto muito mais dor

Mas o pior de tudo ainda virá
Será numa manhã quando acordarei
Cantarei sozinho qualquer coisa
e sozinho, sem ti, saberei cantar.

11/26/2007

Único a dançar

Houve um dia que tudo se amarelou
mesmo de olhos fechados tudo se escondia
nem som nem vozes
difícil de se ver, nada se ouvia

Meus chinelos jogados ao chão
meus verbos todos dançando no singular
fios e fios conectando peças
minhas peças desconectadas do ar

Um abandono fosco desolava meu lugar
uma unicidade plana não parava de tocar
músicas que antes cantei sobre mim mesmo
sobre o que ouvi dizer e o que aprendi a falar

Meus sentimentos baixos se instauraram
Eu, sempre único, mesmo acompanhado
Lutando, mudando e tentando mudar
Acreditando todo dia e tentando acreditar

Para tudo que não via sentido um precisava criar
Toda vez que paro tento me movimentar
Mesmo com meu corpo parado
Minha mente não vai mais parar

11/22/2007

Variações

Por todas as vezes que sentei ao sol
nenhuma delas ceguei-me tal
qual agora me enfrento e estou
tal e qual respiro e sou

Teu mar de luzes que salgara meu distinguir
também me priva do ar que não mais sinto
E as mãos lutando se cansam tanto mais
só um deserto oceânico me circunda

Mergulhado em mortidão, assumo-me refletor
e cada mínimo ponto de luz retumba e te atinge
enfim estou único e sobrevivido
e tú vai se cegando com tua própria expansão

Solitariamente universal trabalho cada força minha
me transformo na maior forma e na mais rara rima
me pareando com gigantescas unidades frias
derretendo cada antigo ponto morto de energia

Me sobreponho e aceito tua reza a mim
concedo futuros frutos e sobriedade
te dou um banho de sanidade
e juntos, inundados de variações
nos tornamos iguais.

11/14/2007

Good Night, Goodbye

"Cada dia de nova criação
crianças novas virão
Coloridas com nossas cores
Cantando nossa canção
Serão crianças lindas
todas, nossa criação."

Suas lutas, capitão
são trevas e ferrenhas pardas
lentas e covardes navalhas sem corte
penetrando em seu coração
totalmente lentamente

Haveria de ser carnaval
se tudo congelasse
mas nem gelo nem falta de ponteiros
faria ser pra sempre seu animar

E em que frasco ou vidro grande
tamparam seus sorrisos, old man?
Que força e tapas usaram
para serem tão desanimadores de ti?

Haveria de ser um inverno
sem fim e mortal
lacrimário e passional
não fossem tuas novas e noventa
gargalhadas displicentes

Para sorrir ninguém precisa de um coração
Eu sorrio, eu gargalho
em ira ou feito de apertos no coração
Não me contenho a rir e rir
se à minha beira beira uma lágrima

Sério me conforto
que já não sei mais chorar
Mas sorrio em horas fatais
dilacerando-me a cada som
Mas nunca chorando
de máscara posta
sorrindo e sofrendo
gargalhando e sangrando
ferido mas nunca morto
destruído mas nunca pouco.

11/07/2007

Velado Portifólio

"Nem o melhor jogador de xadrez
conhece todas as jogadas
ganha todos os jogos,
joga sempre consciente,
domina a si e ao jogo,
joga o jogo e a jogada."


Sua voz tão boa quanto mar
seus olhos fazem correr
qualquer fervor épico
qualquer força vária
qualquer outro olhar

Mas não seria minha a reação
A ignóbil, porém cheia retratação
Seria meu o olhar retorno
O cuspir nos teus sapatos marrons
O reverberarde teus tons e contornos

Se fazem minha porção esmagada
meu grito será sempre esganiçado
em meio à dor e suspiro
reclamarei do meu sangue num ato lírico
numa versão de mim abafada
num olhar, numa exclamação calada

Meus temores eu exponho na prática
As respostas, as julgo a mais
e mais fortes que duzentas mágicas
De mim saem palavras de uma fala voraz

Sou ser intenso demais
muito para mim mesmo
muito mais
e por tal vago a esmo
sozinho de ninguém comigo
já que nem eu comigo mesmo consigo.

10/31/2007

Aurora Solar


"cause dor, cause alegria
nunca senti uma emoção tão densa
cause sorrizo, cause pranto
nunca me senti tão vivo"



Foram negras vazões
de tortas e lentas faces
Unidas numa só impulsão
As ondas de todos os versos
numa só versão

A união poderosa crucial
O tão tesouro perdido amor
Quando se imagifica real
esgarça cada ponto calor
Expande a infinito teu corporal

De planeta refletor, uni-corpóreo-mental
Te tornas a magnificência idealizada
O universo inteiro, etéreo e não etéreo
Numa única versão cristalizada
Universo inteiro num só corpo

10/25/2007

Demon Days


Num último berro lascado
morreu dentro de mim um dom
de firmar eternos prazeres em frascos
de tornar, no mais inocente tom
o amor palavras

Nascem agora, pois é de lei
os patrícios generais em mim
com governação inlibídica
e superposição emocional

As frasquetas se enevoaram
as mamelucas se aquietaram
dançou nada o tangueiro irmão
calou-se o tenor operal

Minhas asas se arrevoaram
minhas folhas se esgarçaram
meus frutos estragaram
minhas sementes se esmigalharam

Mutilaram minhas duzentas vozes
e deram-me personalizada uma
Bem maior e mais forte
Tanto quanto uníssona e profunda

Meus olhos não são duzentos áses
meus fervores se distam da carne
meu óbvio se tornou neural
meus cabelos têm um negro fatal

E as cores que meus olhos tinham
de cristais e cristalinas águas cândidas
Se todos amarelaram intenso
E num laranja fógueo estremesso

Em mim ronda uma emoção
Única e sozinha, como a voz minha
mas de tão gigante vazão
que morrerá espiritual e mentalmente
todos que meus passos cruzarão

Ronda em mim a serpente em chamas
e não mais angelical pereço
De meus dedos sumiram os beijos
das Liríades abençoadas
Se tornaram as gotas de sangue
mais pérfias que eu conheço

Minha saliva pungiu veneno
e minha intenção há de matar
Sou o anjo caído dos céus
Sou aquele que queima sem queimar

10/23/2007

Hypper Twin Soul

"A mais linda delas virá
e será tua parceira desde o começo
desde o primeiro instante
desde o primeiro sorriso
desde o primeiro olhar"


Sozinho por várias galáxias
me competia voar só
Até ver alguém de tão colorida potência
de tão óbvia decadência
senti vontade de chorar

Mas gritei e gritei tão alto
que as estrelas ao lado se assustaram
pararam de brilhar para nos ver
e se assentaram na platéia
e riram de nós
se tornaram planetas ao nosso redor

Nosso abraço explodiu supernovas
buscamos os lugares mais fortes
estamos juntos
nunca sumiremos
e dançaremos sempre e tanto
que até mesmo o sol terá desencanto

Nosso par fechou olhares
exigimos óculos escuros
e protetor para a pele
porquê de uns dias pra cá queimamos
queimamos de tanto brilhar

E mesmo sujos e sem glamour
nossa risada é mais feliz
e nossa alegeria alegra mais
nosso poder esbanja futuro
e estraçalha inveja
pois integramos ante excluir os outros
amamos ante odiar
cantamos ante falar

Descobrimos a chave da felicidade eterna
Nos encontramos
nos libertamos
nos permitimos
nos gostamos
nos apoiamos
nos amamos

E nosssa energia marcou o mundo
e essa marca ninguem sabe tirar
Sou feito de você e você feita de mim
Nossa mente é uma só
Minha mão quando encontra a sua
me faz descontrolar
e loucos hiperpotentes pulamos
sem nunca as mãos soltar
sem nos importar
sem nunca nos importar

Pois mais importa meus olhos no seu olhar
meus pés ao lado dos seus
minha mão na sua mão
meu riso nos seus ouvidos
meu abraço dentro dos seus braços
Meu amor dentro do seu amar

10/06/2007

As Horas

Cada pequeno risco que sai de tua voz
desenha no ar uma nota iluminada
E seu iluminar não só ressalta minhas cores
mas também as faz vivas e estridentes

Ficarei num dia qualquer
rouco por tanto libertar palavras
e diretas como flechas voarão a ti
estas densas palavras certas

Noossa figura fluturará tão densa
que nenhuma moldura será tão forte
que nos enquadre e nos guarde
que torne estátua nossa crença

Nosso amor ultrapassa o espaço todo dia
se alonga nos ponteiros temporais
se torna infinito para todos os tempos
se torna gigantesco, maior que o mundo

As aves de espírito

"Mais vale um sorrizo
para causar medo
que um grito
para fazê-lo."


Revoadas tortas e acabadas
Perfeitas, inexatas, racionais
Rosas desespinhadas
Patrulha desarmada

Nos braços que levantados
surgiam veias de emoção
pendiam punhais e mãos
e nada de ataque era celebrado

Diante das focosas Liríades
Abençoado de energia neural
tendi à maximidade do mundo
pereci ao intenso mau

E nadei em ventos negros
Me deliciei de frio
Sorri das feridas que tinha
Me postei frente à armada
e berrei

Nada mais vi que
olhos espantados
e sons de silêncio

9/10/2007

Seventy

As vozes celestes não calam
e bradam mais alto e mais nítido
notas musicais e vozes pardas
elevando minha força-espírito

Farfalham as asas calmas dos anjos
e dos mesmos anjos surge um sinal
uma calma luz traçada no meu olhar
e a voz de minha mãe, um fluído verbal

Posta em várias iguais ternuras
Terna em eternas partes matrizes
Imensa no contra-golpe imediato
Eterna na amor do filho pródigo

Dançam anjos e criaturas celestiais
Sob o som da voz de minha mãe
mas se riem do retorno de minha voz
rouca, grave, errada e fraca

Mas serão firmes as próximas notas
e valentes as palavras que sairão
Retumbantes as versões expostas
E grandes as reações angelicais
Cantarão e dançarão mais
E chorarão de Alegria os que sentirem
a áurea que nasce de mim
e de minha mãe
e de minha eterna calma sorrida
e de minha mãe
e da minha felicidade instânea
e de minha mãe
a áurea de minha mãe
setenta vezes maior...

9/04/2007

Never again

"Nem mesmo uma explosão nuclear
libera tanta energia quanto o ódio."


É uma imensidão que meu corpo não
havia experimentado até então
De fúria que nem algoz vil
destilou por entre seus humilhados

De tú não espero mais que ações falhas
que podridões nas atitudes
que criancice na fala
que paradições nas horas múvias

A tua alma inadmirada para nada serve
seus olhares de plástico nem mesmo me seguem
tua criatura interior é fraca
Tuas mãos nem mesmo sabem o que fazem

De mim teves muito mais do que merecia
minhas palavras, minha calma, meu sincero olhar
mas nem em mil anos seria tú capaz
de alcançar tal firmacidade e complacência

Estou indo embora, para longe de ti
Desisto de esperar te tornares alguém normal
com noção do que palavras e atitudes causam
a alguém que espera de ti amor e situação

Estou partindo e lhe tirando o posto que tens
Destituo-te de presente em minha vida,
de importante, de lembrança querida

Não suporto mais sonhar com brigas que
reais deveriam ser
Não suporto mais acordar sufocado
louco de vontade de te matar

9/03/2007

Áurea liberatividade

"São mulheres desgraçadas
Como Agar o foi também,
Que sedentas, alquebradas,
De longe,bem longe vêm.
Trazendo com tíbios passos
Filhos e algemas nos braços,
N'alma lágrimas e fel.
Como Agar sofrendo tanto
Que nem o leite do pranto
Têm que dar para Ismael."

Abram as vagas resvaladas velas apagadas
para que sejam rijas chicoteadas moças gentis
que calam quem de fronte forte constela
estrelas caídas sem brilhos hostis

Levantai dos túmulos de medo
suas forças e seus segredos
Moças lindas do deserto de laços
façam brandir noutras faces teus traços

Imperosas amazonas ocidentes
trabalhai teu lado serpente
Enjaule a ignória presença do capataz
que por tal se torna rota e fugaz
Completa tal façanha serás unida em ti
Outrora escrava, agora Rainha de si

8/20/2007

Aquelas

"Nestes vales que perdem a calma
naquelas horas de súbita raiva
exatas sentiam-se as horas
paradas estavam as marcas"

Se toda vez viver fosse assim
exagerado, exibido
aproximado, investido
teria cheiro de várias mortes

Ignorar as vantagens é tal
animalidade que se assim me faço
animal me traço
rompo com meu estar igual

Se sempre igual ficasse porém
muito humano seria, sempre,
e no nunca usaria meu não pensar
Para que então corporal na Terra navegar?

Meu corpo nasceu para a morte
meu coração veio para o corte
Meu sentimento para despertar
Cheiro de muitas mortes me impregnar

Àquelas que me marcam
Àquelas que vagam minhas horas
Estas que me animalizam tal que
perdido e rindo me encontro
Agradeço com meu corpo
e com o que restar de minha razão

8/10/2007

É hora de sumir

"Não existe amanhã
para quem não existe..."

Existir demanda força
e poder de ilusão
Andam minhas forças
brandas

Correr vem de minhas pernas
mas gasta meu pulmão
Se não bate minha vida
por que correria então?

Sorrir não gasta nada
mas pede nenhuma ilusão
Se sigo sonhando direto
como poderia sorrir então?

À noite minha boca não cala
minha alma só fala
e não pára
e não cala
E cada fala gasta minha força
e cada dia me deixa menor
e cada sonho me degrada
em cada segundo me sinto acabar

Amanhã ou depois sumirei
e de mim só terás lembranças
Mas não ruim será
pois se me deixas ir
é porquê falta nunca farei...

8/06/2007

Vencedor e Rei

A amarga falsidade desce devagar
pela garganta e pelas vias
que mais são sentidas
vias mais vivas

A plasticidade prende-te no lugar
torna-te tão não você
que um dia acordas com um estranho
em seu lugar
e não mais és capaz de o estranho expulsar

Cuida para que tu nao te tornes anormal
faça de você mesmo todo seu eu real
trata de dizer o que tens em pensamento
ignora total o que dizem em desprezo
pois apenas tu entende suas razões

Seja firme e crucialmente feroz
defenda teus ares romano e veloz
trata de tuas idéias como se órgãos fossem
seja tu imensamente e constante

No final verás que vale a pena
não fugir à luta
Que quem o rodeia ama
a teu verdadeiro eu
e serás então vencedor e rei de teu mundo

Herói

Mais nada perdura durante a névoa lêda
Sangue recolhe as inanições do local
Seria de Deus a idéia de refugar a alma limpa
e padronizar a alegria pelo anjo conseguida?

As antes muito alvas vestes do anjo então
cinzas de lágrimas se imundaram
e foram tantas evasões morais
e tantas bebidas dragadas
nenhum anjo suportaria
que dirá um anjo anormal

As asas fogueadas cada vez mais ficavam
e a nervosia fazia desolhar o anjo mais
e míope de raiva bravou o anjo direto a Deus
que crime maior Dele foi despertar
um ódio imenso por contrário ter sido à alegria

Nos ventos Gabriel ouvia
palavras firmes voando na brisa:

"Melhor se sofres, por não ter invejadores.
Fosse tu imenso feliz, desilusão vária causaria
e não só um mas tantos tristes estariam.
Melhor que triste fique apenas tú
e outros normais por não verem o topo ao lado.
Sacrifique-se e entenda que melhor vários felizes
que somente tu e teu par."

Álbum de cordas

Fernanda: Essa minha cara de terça-feira...esse meu humor saturado...pele parda...
João: De que falas?
Fernanda: De que falo?
João: Seus gritos acordarão nosso filho.
Fernanda: Que acordem. Ele faz parte dessa miséria.
João: Reclamas da vida mas a tem em condições. Deveria ser punida tú.
Fernanda: Ah como desejo que tal fosse!
João: De que falas, mulher?
Fernanda: Falo da minha falta de música, João. Da minha retumbante falta de alma. Vês a cor de minhas roupas? Beges como a falta de cores. Nem brancas, nem negras. Beges.
João: Que te tomaste mulher?
Fernanda: Nada João! Não vês?
João: Deixe de gritos Fernanda. Seu filho já dorme e nem respeito por isso tens. Engula teus problemas para ti e deixe que fiquemos em paz.
Fernanda: Em paz? São vocês imensa parte de minha vida bege! Se grito melhor que acorde, pois assim me ouvirá!
João: Não seria prudente lamuriar a um menino de adolescente idade. Não lhe faria bem algum.
Fernanda: Pois que não faça. Assim saberia ele que não passa de um inexpressivo garoto com nenhuma habilidade. Um ninguém!
Pedro: Isso é o que se passa nessa sua cabeça doente.
João: Filho, volte. Sua mãe não fala o que pensa.
Fernanda: Falo e hoje é a primeira vez que o faço. Cansei dessa vida inativa, dessa falta de lágrimas, desse grande nada, de ser secretária, vocês não fazerem nada. CANSEI!
João: Reclamas de uma vida boa. Tens saúde e reclamas.
Fernanda: Não me entendes nunca João. Preferia estar de cama, doente de morte! Assim ao menos minha vida balançaria, estaria na beira. Há muito não sinto mais nada João. Há muito!
João: Cala-te mulher idiota. Deverias cair de joelhos pela vida que tens.
Fernanda: Seria mais feliz se caísse, se chorasse mais, se sorrisse mais. Mas vocês dois não fazem nada, são duas almas vazias!
João: Queres perturbar nosso filho?
Fernanda: Pelo menos ele teria uma personalidade. Seria significante e expressivo, seria colorido, ainda que de negras cores, seria mais forte e mais emotivo, atingiria as pessoas mais profundamente, marcaria muito mais!
João: Estás louca!
Fernanda: Talvez esteja, finalmente! Não sabes há quanto procuro assim ficar!
João: PERTURBADA!
Fernanda: Isso! Perturbada! Louca, devassa, maligna, cruel, errada!
João: Por quê fazes isso?
Pedro: Por quê fazes isso?
Fernanda: Porque nunca fiz parte de nenhuma grande idéia em toda a minha vida. Eu sempre fui a média, a normal, a bege! EU ODEIO BEGE!
João: Pedro, já disse, vá dormir!
Pedro: Acho inacreditável que você não perceba que a única inexpressiva neste quarto é você! Se eu e meu pai somos tão média, não por mais seria do que para lhe agradar. Sustentamos nossos espíritos em jaulas para que não nos perturbasse. A nós sempre pareceu escolha tua ser tão tristemente normal. Culpa a nós dois a sua vida entediante??? A FALTA DE CORAGEM PELAS COISAS É SUA E TODA SUA!!!
Fernanda: Minha? ...a culpa... é minha? A culpa é toda minha...

Chorando Fernanda foi para sua cama. João preferiu dormir em outro quarto. Pedro deitou ao lado de sua mãe segurando suas mãos.

8/03/2007

Meu coração numa pulseira de couro

"Um dia no fim de sua vida
verás que o que passou por estupidez era tú
sendo o mais bravo e o mais forte
o mais corajoso e o mais nobre
e que se não se resultou num momento imenso
imenso nunca seria mesmo que racional ficasses"


Intermitentes cenários flutuavam
por entre o carro
que vermelho sangue corria
A alma que insuflava
dentro de um dos velhos carvalhos
era finada e possessa
vibrava tão intensamente
cantava hipnótica
como um rabo verde de sereia
tratava de manter a insuficiencia
de sol no carvalho tal
e distantes as raízes do solo

Do outro segundo carvalho
primeiro não tinha notícias
e tratava por sufoco
segundo que fosse distante
milésimo de segundo longe
Tremia transparentemente
sozinho ignorava as espertas
vozes de sua íntegra razão
abria ouvidos ao maldito
coração

Que razão um dia superará
o aborto senso de perda
a mão que treme pela ida de um
que nas mãos ainda jaz
que nas mãos, chora longo por poder perder
e quando perde portanto,
chora intenso mas pouco por já não mais ter

E quão diferente seria
se carvalho segundo de forma vária
estendesse teus galhos e tremedeiras
aos olhos de carvalho primeiro
e unidos produzissem tão grotesca energia
que nem mais vividos outros seriam capazes
de admitir a existência de tal
de conferir aos tais tal poder irreal
e tornar real a maior de todas as lendas
a lenda da união real

8/02/2007

Razões Várias

Nascer para morrer, viver a vida inteira...sirva de exemplo sempre, meu bom rapaz, nunca desista, sempre queira mais...

Saber quem te ama é bom, amor inteiro e forte, união, traz lembrança cheia de universo e canção, põe o tanto de calma precisa no seu coração...

Haverão no caminho negros cavaleiros, impondo a solidão. Pois que tentem quebrar sua luta, que tentem amarrar suas fugas, nem sempre eles conseguirão...

Pois que tentem cortar suas asas, te dizer palavras fogueadas, não preso estarás pois sempre podes reinventar, fugir dos abutres pulando no mar...

Numa casa completa estás fora, expulso se sentirás, mas vigia bem toda porta, que o amor não demora chegar, insista valentemente no esperar...

Grite seus gritos de dên'da'garganta, que assoados parecem mais mantras ou cantos proibidos de alegrar, exploda duas vezes por dia, sorria sem parar...

Se encontre mais alto que estás, finja vôo mesmo sem querer voar, represente-se ator de viver, atuando uma vida sem você...

Sempre prefira vapor à àgua pura, sempre prefira chuva a vapor, densidade de vida se cura, sensatez não funciona no calor...

Dar risada não é mais problema, viciar-se é coisa pequena, encontrar-se é tão menos formal
Coligar frases soltas é mais fácil, entender multidão é normal, entender seu passado mascado, desenhar seu futuro real...sem perder a timidez nunca, sem deixar de rir jamais...

No final, tudo deu certo. Suas escolhas foram leais, suas promessas foram cumpridas, suas verdades sao mais normais, você permanece vivo, mesmo que com feridas...

8/01/2007

O segredo de Samião

"Durante o decorrer da história,
Helena recebeu diversos nomes.

Há quem a chame de Lenore,
Julieta, Cleópatra e Isobel.

Já Samião, não recebia nomes,
mas sim um codinome:

O portador do Segredo."


Helena gritava forte
"Que quisera quando no mais
rompeste meus ares
quebraste meu cais?"

Com constante movimento bucal
Helena se expunha ao universo local
As guitarras cantavam da boca de Samião
suas respostas fracas
Helena dragava como vulcão

E nem era pela chuva que molhada estava Helena
Mais molhados eram seus olhos
e Samião que tão composto seria
mancava em sua direção
de joelhos cantanto perdão

Jorrava de Helena ondas de fervura
caiam todas sobre Samião
aos dois sobrava o gosto de amargura
sentido na boca, nos olhos, no pulmão

Envoltos de terra negra como dois vagos
Sujos dos pés aos fatos
Imundos pequenos seres
Maltratados, irresultados

Jorrava de Helena sua salvação
e a condenação eterna do imenso Samião
o tão grande
o tão herói
o tão fortuno
o tão mascote
o tão imenso Samião

Coroa se luzia opaca, amassada ao chão
as vestes antes puras e alvas
manchadas de vermelho e terra estavam
nos joelhos arrastos e rasgos
nas mãos suor
mal estavam as vestes do rei Samião

Helena erguia à luz uma espada
e berrava com ares de final
Dois passos até os abertos olhos do rei
e tão logo se fechavam
feria Helena a espada
bem no topo de seu coração

Daquela sala nenhuma criatura devia sair viva
não depois de tão brusca revelação
Nem a tão segredácia Helena
nem o tão revelador Samião

7/26/2007

Revés comportamental

Dançam meus olhos sempre meio vagos
mas minhas mãos impõem prontidão
e tal distância torce minhas carnes
e distorce forte a ânsia de meu coração

Se torcido pemaneço por tanto
é que não canso de me contrariar
mas se percebo que duas canções canto
me desespero imenso no meu variar

Quando me encontro mergulhado em medo
sustento firme os meus punhos de ferro
mas meu olhar vacante me dispersa
Por toda a luta me ponho calado
ataco à frente e não me desespero
pois que senão minha mente cessa

Lo que no sé

"Não há o que degradar
venho aqui te felicitar
reapareço quando tu chamar
Rápido como um estalo
preencherei o teu olhar"

Não há correntes sóbrias
se o vento quer me embebedar
Não há onda sequer no vento
nem há rajada sequer no mar
Que transforme o caminho inteiro
Que desvie total meu espírito
Que me faça recaminhar

Hoje finda a contentação
Cantarei só, de todo cume
Infectarei com o negro meu olhar
Revoaça farão os seres da noite
ao me contemplar

De inteiro anjo e pleno,
me rebaixei a demoniar
Esfarrapos cobrirão meu corpo
Negro será meu delusionar

Enebriou minhas audições
o espanhol oráculo:
'Anjo é todo razão
Demônio: Elevai teu coração!'

Elevei meu sentimento vezes dezenas
Endemoniei-me da cabeça aos pés
Queimou-me o oráculo:
'ésta es su naturaleza'

Viorar sem loftarása

Cada vez que te machuco
fogo puro te incendeia
e a chama queima fundo
te embala em minha teia

É da cercania a possessão extrema
mas mora na força radical
mora no imoral tesão
a paixão ferrenha

Entregue firme a condição terrena
Sublime toda sua missão
sê plena
de corpo, alma e visão

Ave!, espírito festeiro
venha completo e certo
desfaz minha distração
centra meu coração

Que juntos formamos teor
que espertos tomamos o mundo
para nós, envolto em fina flor
doces chaves e goles de mundo

Para que duvidar do céu?
pára de chorar
engenha o teu mundo
viva teu viorar

Pasto

"O beijo que me agrada é afeto
o cândido luar é luz
todo luau ruína-se ao raiar
escadarias morrerão retas"

Passagens serão completas
Luar de vermelha prata
Regerá o bajular da vela
A noite será meu rodar

Ê, que pastoril termino
navegaria lento fosse me dito
mas mares pra mim serão morros
navios serão os potros

Claros de vela me cobrirão os campos
vermelho de inimigo em minha prata
termino de passagem completa
mas nunca estatuado

7/01/2007

Vegetalmente apaixonado

"respire luz e conceda frutos
envolva tudo com teu forte olor
dê sombra a quem está junto

chore os olhos de alguém com amor"



Sob a luz das gregas fontes
e no luar dos vales e montes
escaladas as férias absolutas
e os punhais se livraram da luta

Raios de sol divagaram maiores
e nas grandes formosas flores arvoreiras
brotaram cores japonesas
águias vieram, criaturas branquepretas

Arrebatados os ventos solares do mau
refletidos todos com espelhos de paz
A vida dançava passos carnavais
correndo pra longe do grande final

Prepare seus momentos e suas visões
abra seus olhos e seu coração
o novo revêm mais uma vez
natural e claro
forte e constante
poderoso e imenso
Prepare-se pra mais uma paixão.

6/30/2007

Meu jardim regado a fim

"quem vem de longe não olha direito,
quem tá mais perto tá mais perfeito"

Perdições inúteis perduraram pra sempre
e porquê lá estariam ninguém foi capaz
de entender ou de explicar
Os choros inevitáveis se tornaram
seria realmente hora de acabar?

Iludidos sinos pratas badalarão sem perdão
Prata de fim, brilho final
Baianas dançando por toda a memória
revoltas e apagando todo o passado invernal

Como águas corredeiras foram-se
minhas mágoas maneiras também
Aprontaram-se diversas faltas novas
foram-se pra sempre, como as aquelas águas

E se por no fim chegou
seria então alcançável
a idéia de reinício
a imersão no descaso?

Nay becoming an alone kind
neither some shadowful york
must I run in paired hands
without slacken, without die.

6/16/2007

Por onde andei

"Revoltas maçanetas abridouras são
Revoltos mares naufragantes são
Revoltas pessoas amadouras são
Revolta é minha alma e meu coração."

Aonde será que eu estava
enquanto você me procurava?
Andava eu pelo vale que faltava,
segurava eu na trava que balançava?

Onde estaria meu eu
se faltava à vista de qualquer um?
Por que caminhos cantava eu
se ouvia a mim nenhum?

Em que posto se embriagava minha fé?
Em que físico se estagnava minha coragem?
Pra onde se moviam minhas velhas e novas idéias?
Em que espelho d'água pairava minha imagem?

Resposta feita rodou minha boca diversas vezes:
Sou eu o monstro das multifaces
que se esconde por trás de falas
que se engrandece quando tu te calas.

5/19/2007

Waitress weeping on a Cafeteria

You may be ugly, you may be sad,
you may be broken, you may be mad,
you may be stupid, you may be a bitch,
you may be strongless, you may be all full of shits,
you may be wrong in several levels, you may be cruel...
but all I need and all I'll care is if you want me
and if it's me the one you love...the real inside of me.
All I ask is for you to get to know me,
and to love what you see.
If you do so, then I swear I'll love you forever.

5/17/2007

Heartstorm

"Terei esperanças pra sempre
se meu cetro continuar de pé
Terei orgulho de mim infinito
se meus joelhos sangrarem fé"



Deste-me um abraço e um empurrão
mas era tudo passos de dança
Divertidas foram duas horas antes
das danças malfeitas e ditas
dos beijos divertidos e inteiros
boas eram minhas lembranças

E a alma que possuem os seres
perdurará neles e ainda farão festa
se de meu sorriso retirarem força e tristeza
se de mim receberem o que chamaraiam de fervor do mundo
e não seria bastante de todos a compreensão se por fim eu tivesse que amar profundo
se tivesse que sentir o mundo
se tivesse por vir o final
se tivesse que guardar todo o ser dentro do meu interior
se não expandisse
se não revelasse cor
se não me dibulhasse e soltasse meus grãos
se não semeasse meu amor, perdão e calma

Exijo demandas de menor escalão
para que perfeitas realizadas por fim estejam
mas se todas forem de força zeral
vida minha passada por branca será
e nada com força titanial será bom pra me recuperar

Tudo que peço são mãos de abraço
Na minha perdição clamo por corpos de laço
forças em mim e pra mim
universo em volta de mim

E será que tudo isso seria possível se gritasse forte e trovoar?
pedir muito e exijir cobrando favores divinos
pedir pra você voltar
pedir você pra mim
voltar pra mim

seria o suficiente pra escrever todas as linhas de meu caderno?
seria suficiente?

5/12/2007

Son-Song

"You were there when the stone felt
I loved you first
I was there when you had to go
I loved you so"


Bonitinhas risadas grená
Felicidadezinhas pela manhã
Acorda com vontade de cantar
Mamãezinha... melhorar...

Returned from the death
Came back to see her mess
Only saw a different thought
Got happier when went again

Perdidas estavam severais pessoas
E perdidas continuariam se não retornassem
Alocadas no medo do contágio infeliz
Presas em difusas confusões pensamentais

Mas melhores estavam quando viram
A maior superação categorial
A alegria por entre a queda ao chão
A partida estava superada

A filha dava sorrisinhos grená no velório materno
E a corja corval se indignava com a alegria da filha
Ela cantava em contrapartida das gralhadas ruins
"She went to a better place,
mamma mamma,
dear mamma I know,
I love you so but you had to go"

5/10/2007

Trava espiritual

Já me faz efeito a droga letal
Engrandece-me uma supernova violeta
Não é tema a investigação alheia
Faz-me rir a violência perfeita

Que seria das grandezas ruins
se não houvessem maus por vir
De onde nasceriam heróis
sem riscos ou explosões?

Amaria a flama se não roubasse a chama pra si?
Queimaria ou nada, se faria ou não?
Se montaria pra massa ou seria seu eu-viril?
Seria plástico ponta a ponta ou organismo vivo?

De onde vem a falta ou pra onde vai a sobra?
Vem primeiro o excesso pra concentrar sob alguns
ou viria primeiro a falta e logo a corrida maior?
Que será que vira, que irá?
O que no fim sobrará?
..ou faltará?

Ma-cra-mê

Mais terror que animal fúria
Mais feliz que pulo inalto
Mais extremo que duplo mortal
Mais vida do que graça

Crava em sérias partes adagas
Crava forte e únicamente
Crava com duas mãos inteiras
Crava para findar desespero

Me trás a derrota
Me faz canibal
Me força a inverter a força
Me transforma no mau

Mais crava me
Mai crav me
Ma cra me
Ma crame
Macramê

5/06/2007

Coral da força interna

" This is the way you left me,
I’m not pretending,

No hope, no love, no glory,

No happy ending"



Recuperar é a nova ordem

Reascender sempre, como velas mágicas
Repreender os erros passados,
Rescindir os antigos termos de um contrato ruim
Reiluminar os brios perdidos durante a derrota

Reunir forças que jogadas estava
Repartir pecados por entre glórias por vir
Destrinchar toda vontade de partir
E refringir as leis da desistência

Hei de correr e lutar
dificuldade não será barreira
Batalha perdida será combustível
para um maior amor que virá


Por você não crio a luta
pois amor maior é por meu eu
mas tu representas em minha vida uma certeza
e é essa que desejo
é essa que almejo
e que alcançarei

Porquê sou forte,
sou fera,
sou persistência,
sou paciência,
sou solidez,
sou calma,
sou todo firmeza,
sou todo alma,
sou completo guerreiro,
sem medo de batalha,
com fervor de guerra nos olhos,
com vida nas palavras,
com força de um trovão,
com ânsia de um vulcão,
com o poder das maiores tormentas na ponta dos dedos,
com todo o berro em minha garganta,
em mim mora a fúria e o perdão,
a força de matar e ressucitar,
tudo que preciso para no fim ter meu sangue marcado pelas luzes da vitória.

5/05/2007

Pós-conceito anti-humanista

"Deus fez o homem à sua imagem e semelhança"


Humanos gelados vão e vem
com os olhos feitos de atraso
com os passos vestidos de pressa
automáticos e congelados

onde está o sentimento?

A varanda é o que me resta
dançar meus olhos pelas montanhas
rezar em ventos e nuvens
mergulhar arrastado no azul do céu

quem sobrou?

Sobrou nada, humanos medrosos
medravam robôs os dominarem
pois que susto levariam
quando vissem que robôs viraram

o que sobrou?

Sobrou viva nesse planeta a natureza
monstros verdes e gigantes azuis
irracionais...tolos...inferiores
inferiores...inferiores?

Reverte-se a sensação de inteligência
O homem que se gabava por ter inventado calculadoras
que poderia deixá-la calculando pí enquanto tomava um sol
hoje quer ser a calculadora

Os animais, irracionais, estão tomando sol
enquanto os humanos se tornam as suas calculadoras
as árvores estão dançando no vento, felizes até.
Nós, humanos, estamos calculando pí de cabeça

Deve ser por isso que minha tosse tem som metálico
que meus passos estão ficando medidos
que meus impulsos estão ficando mecânicos
que minha mente parece um programa

Desisto da intêligencia
da racionalidade
da pureza de pensamento
da tal chamada claridade

Se preciso vivo no escuro
me torno bicho
que toma susto e age por instinto
que ainda se emociona
que não é de plástico
que chora
que pula
que grita
que berra
que gralha
que voa
que salta
que ruge
que sorri
que é animal
que não pensa
que se joga
que não se controla
que não mexe com essa merda de razão
que se arrisca
que vive no limite
que não pára
que protege os outros
que ama os outros
que respeita onde vive
que preserva onde vive
que não usa dinheiro
que não faz fofoca
que não induz ninguém a brigar com os outros
que luta as próprias lutas
que se orgulha de ser o que é
que não se sente melhor que os outros
que não se sente menor que os outros
que é diferente
que acha bonito ser diferente
que não tem medo de ser igual
que gosta de brincar
que gosta de viver
que aproveita esse presente inexplicável que nos foi dado de deixar de ser uma pedra perdida no espaço para ser um ser consciente, com capacidade de amar.

Humanos parecem cada vez mais distantes da imagem que um certo Deus representaria.

4/18/2007

The Conquering Lion (descaso de mim para um melhor você)
































O leão da menor derrota
erguido e punhal
duro sobre o penhasco
dourado imortal

Polvo, Rei da imensidão
rege com oito seu terreno
Como oito deverão ser minhas mãos
cuidando-te e protegendo

Claro ou escuro não me importam mais
Meus olhos fechados são mais febris
que as vistas cheias de cores
que me perder nos do mar tons anis

Cheio de alheios viveres
adornos inúteis em minhas pilastras
e não serão apenas moscas
nem mesmo pré-borboletas lagartas
que firmarão bombas em minha idéia de força

que farão explosões em meus ouvidos
cantando árias mudas
que farão explosões em meus olhos
mostrando Van Gogh s em preto e branco
que farão explosões em meu faro
transformando cheiro de morango em cheiro do ralo

A minha força continua
brilhando e queimando
meus passos flutuam no ar
trôpegos, mas certos
meus olhos vagueiam pelas planícies
incertos e desenhando colinas nos céus
minha dança continua tonta
mas não caio
não
eu não caio nem cairei

porque minha dança é uma
firme e única
areia movediça e úmida
te prende e te afunda
em minha alma de leão
em mim.

4/11/2007

Segunda personalidade suicída

"Depressão é mar
amor é ar
sem amor ser humano
tende a naufragar"


Revertidos os medos e os cabelos
que ao vento pendiam inovação e rebeldia

Subiram as idéias e as normalidades
se foram muito instantâneamente

Sobrou um corpo sem carne
investido na parte mental

Ao meu redor, fluxos e ondas pendiam, pendulavam, bruxuleavam até.
Em meu interior, fluxos e ondas, de calma e terror

Em cada mão, uma história nova
nas pontas dos dedos meu futuro guardado

Correram por sua face todos eles
um desceu pelos teus lábios

e nos teus lábios continuaram
implorando fortemente por silêncio

Não era tua alma o som da garganta
nadava ela no poço de suas pupilas

(os fluxos continuavam)
(corriam agora dois corpos)

desceram ao teu pescoço os outros dedos
estrangulando de leve teu respirar

seus olhos se abriram mais
teu corpo pediu perdão

minhas lágrimas eram tua última bebida
escorriam ao longo de tua face até sua boca

seu corpo já desistia
(meu corpo já desistia)

seus braços, jogados
(meus braços, jogados)

seus olhos, fechados
meus olhos...fechados

4/03/2007

Sensacional









Depois da tormenta revela a canção
depois da negreza me vem o clarão
É depois da caminhada inteira
muito longa, muito sofrida
cheia de sangue e ferida

É depois da caminhada que levanto.

Passou muita ruindade
passou imensidão de sofrer
passou tudo de mau e ruim
passou, passou em mim...

Chorei eu sei, chorei demais
Me indignei com o que fui capaz
Me tornei de pedra, mau
Mas derreti de novo, em lágrima e sal

Aqui estou, no fim do caminho
joelhos sangrando, suado e cansado
Peito arfando, fôlego perdido

E basta olhar pra trás num único olhar
e ver esse caminho que passei
para encher minha boca de grito
para encher minha alma de orgulho
e berrar para todos os ventos
Meu mundo deu certo...eu venci!

Fortaleza oceânica

"Skapaður í mynd manns í líki karls og
Konu tvöföld var sú syndhans sgaði hans
Sonur ekki hryggja heldur sefa mín lífs
Spekialltaf rétt ?"


Cresceu em mim uma fortaleza oceânica
prestes a desabar
com a força da tormenta negra do apocalipse
a ponto de bala

Emergiu das águas azuis
uma força desigual
afastou todos seres e ventos
de mim

Circundou minha face e meus polegares
a tormenta energética azul
Invadiu meu corpo
como um perfume

Assustado e demorado
me entreguei à condição
me abracei a imensos braços
inventei novecentos gestos
reduzi cores a um único clarão

Entre minhas mãos meu planeta
nele fiz toda pressão
de azul se tornou negro
de luz se tornou borrão

Os olhos fechados fingiam surpresa
as mãos apertadas fingiam emoção
as lágrimas ao lado não fingiam nada
choravam com meu coração

Imensidão se fez em meu peito
A nova guerra parecia normal
E achar guerras normais
aponta minha escuridão

Estão negros meus olhos
Está negra minha ilusão
Estão negros meus gestos
Negro, meu coração

Diante do abismo, sempre...
cada dia mais perto da beira...
cada dia com mais certeza de que sei voar...

3/30/2007

Inveja animal

"Passos de ballet e teclas de piano
pintam na garotinha um ar de classe
Choro, gritos e gotas de sangue no chão
escancaram a garotinha de verdade."



Houve um dia q nada mais prestava
na sala vazia o barulho ecoava
entrou nela a velha para reclamar
do bicho insistente que barulhava

o felino pulsava com a bola no ar
a velha nervava com o ânimo do bicho
e fez da inveja que pintou seu rosto
um gesto horrivel e repente

a velha matou o gato, mas sentiu-se bem
sentiu-se mais viva que o gato...

3/29/2007

Momentos

"Cartão postal de tristeza é ânsia
Fecha a porta e toma tento
Tenha calma na cachola
Senão machuca o rebento"



Se faltar história ou se perdi a memória
ainda terei força pra lutar
E de toda sorte que sobrar no peito
retirarei canção para te lembrar

Se amanhecer e a chuva for tudo
em minha mente virá o sol
e meus ouvidos encherei de música
para abafar das gotas os sons

Nas vezes que a graça se perder
derreterei com um fechar de ollhos
qualquer muro entre nós
seja de ferro, fogo ou de choro

No final se não valer nada
se for tudo final sem cor
imensamente desapontado
retornarei na chuva
relembrarei a luta
farei dela poesia

3/22/2007

A quebra do diabolismo na beira


"Os olhos são dois
não foi de bobeira
no dia que um falha
o outro incendeia"

Foi no dia primeiro
do ano de amor
que o sol nasceu-me inteiro
que o vento cheirou-me cor

Mais leve e com mais sorte
amanheci brilhante e forte
com criança nos olhos
e dor guardada no bolso

A chuva que caiu um tempo atrás
foi meu choro e nada mais
foi minha dor intensa e inteira
minha vida frente ao abismo, na beira

Mas escutei alguém rindo nas minhas costas
com dois chifres e um tritão.
Andei pra longe da beira do abismo
Firmei o meu peito e gritei então:


"diabo louco por ti não me atento
desgraça minha joguei no vento

mantra canto pra te afastar
e mantra meu é gargalhar

de choro forte te sustentas
vejamos se berro forte aguentas

A TUA CADÊNCIA HÁ DE COMEÇAR
CORRA DIABO PRA NÃO MAIS VOLTAR
AFASTA-TE DE MINH'ÁUREA JÁ!"

e toda a potência que minha voz fez vibrar
vem da certeza de que encontrei alguém.
Alguém capaz de me amparar.

Novela


No dia que todas as verdades
[foram descascadas
A impassibilidade febril
[viu-se esfarrapar
Meu corpo e o teu enfim juntos
[unidos em par

É quando passo meus dedos
[em sua pele e tento te desvendar
Eu não sei o que está escrito
[em braile, sob os meus dedos
E debaixo de tanta pele
[o que escrito sobre mim estará.

3/21/2007

Retrato atual

"para uma pessoa muito especial
que em meio a pop ups e distância
me deixou muito balançado"



Que a tua corrente era azul eu vi
que ela pegava fogo eu senti
que trancado a você eu estava afinal
não vi nem senti, mas achei anormal

Que o teu promíscuo ato era gigante tu não sentiste
Que meus joelhos se dobraram ante tua voz não viste
Mas que meu cavalo chegara
tu ouviste, calada.

E não haverá canto nem encanto
nem mágoa nem divagar
que nos faça arrepender tanto
que nos leve a nos separar

3/20/2007

A última tristeza de minha vida

"Naquela traíra tem espinho e carne
Na tua história prometo os dois
Sangue e tristeza na sua estrada
Felicidade no seu depois"
Dizeres de uma cigana, lendo meu destino.


Não não não
eu não quero mais nada
nem dia de sol
nem madrugada
nem dia verlmelho
nem alvorada

não quero passarinhos nem leões tristes
não quero navalhas nem piras viris
meus deus quanto custa
pra eu ser enfim feliz?

articulações de madeira
e tristeza de mosquito
meus nervos são correntes elétricas
dançando um ballet deprimido

e os olhos dela, que desejam luminar
olhos de saída e de alerta
olhos no avião que sobe
eu de pés na partida final
mente sem carnaval
tudo escuro tudo pior
vida louca mundo menor
vida escura mundo pior

E a besta manda sempre seus piores anjos no meu sol-raiar
e minha deixa é sempre fechar os olhos
porquê pior que morrer é ver tudo piorar.

Mary, dance!

"Revolta e bela, a luz reflete é nela
Dançante e toda aliás
Firme e esvoaçante

Um corpo todo fugaz"


Pé no chão, cabeça atenta
toca o som que desconcentra
Você é mola e eu sou par
que mal que tem em eu dançar?

Violência que ele quer
se contorce pra buscar
vou dançar na frente dele
até ele levantar

Não tem mal em fazer isso
ninguém nunca vai chorar
se chorar aí desisto
vou buscar um outro par

Dança, sobe e vai pra trás
pula, volta, desce mais
e todos gritam "Mary, dance!
this is your chance!"

3/19/2007

Por quê viver, sonhar?

"Sempre que sonhei não era nada.
Todo dia era só mais madrugada,
mas o dia ontem não foi igual.

Meu sonho acordou desigual."


Porquê eu acordei hoje depois de morrer.
Porquê eu levantei hoje e encontrei amor.
Porquê disse adeus a alguém com cara ruim.
Porquê a vida está sempre por um fio.
Porquê o fim nem sempre é um reinício.
Porquê nem todo reinício vai ter um fim.

Eu sei que invernos na vida são temporais
Eu sei que tristeza na vida é temporal
Eu sei que todo temporal molha tudo
Eu sei que tudo que está molhado um dia seca
Eu sei que tudo seca, menos meu coração
Meu coração molhado de choro, por todo inverno e verão

Porquê hoje eu quase chorei
Porquê tenho meu coração na minha mão
Porquê a vida toda fez sentido
Porquê tudo hoje está muito mais completo
Porquê agora sei que sou feito de milhões de partes
Porquê sei que qualquer um pode me fragmentar
Mas nenhum pode me destruir
Porquê meu amor é sagrado
Porquê meu segredo é musical
Porquê meu coração é molhado
Porquê meu sonho é mais real.

3/16/2007

Massagado

"As flores do campo, do campo não são mais.
Voaram tanto, que tanto se fez demais.
Depois do tempo já não tem campo,
já não tem flor, já não tem mais."





Tem dias que a gente acorda
todo quebrado, desmontado
Fingindo que a vida não mudou
pintando de transparente o tédio

Cansado do ponteiro do relógio
quetodo dia, todo dia corre igual.
Cansado desse Sol idiota
que todo dia sobe e desce...

E depois de rasgar o lençol com a boca
depois de jogar o travesseiro pela janela
depois de lavar o rosto massagado de sono
você decide finalmente mudar

Coloca aquela roupa apertada,
liga o som no máximo,
pula que nem um louco na sala e no quarto
sai pra rua e começa a olhar

Olha a menina que nunca olhou,
compra a bala que nunca provou,
joga fora uma nota de 10 reais,
ri do mendigo que a achou.

Você percebe que viver massagado é chato
e que chato é carrapato.
Você decide finalmente decide viver.
Você decide finalmente acordar.

3/15/2007

Destruição mental

"when you give up on something, tears and regrets fill you,
when you want something so bad that when you lose it you cry,
when in the end of a huge jouney you don't feel realized,
you take the first bus out of town...or get pregnant"





Soneto que seria preto
citado parece um sol
cantado parece um gesto
dançado parece um sinal

Vertigem que norteava o calar
clareou quando ouvi o canto
correu de lado no presenciar
corri pro alto pra ver tudo abalar.

Firmou lá no céu
um cometa de fogo,
deixou tudo em sangue,
assustou todo o povo,
deu cheiro de morte.
Vi tudo de novo.

Eu que era forte e inteiro
Eu que via o mundo sólido e um
Vi tudo abalar.
Vi tudo areiar.

3/14/2007

Gritos em um travesseiro


Para quê secar essas lágrimas,
se escorridas me fazem bem?
Pra quê gritar minhas mágoas,
se escondidas são menos navalhas?

Pra quê correu de mim,
se comigo era verão?
Pra quê nos separamos,
se juntos eramos um só?

Por quê estamos longe,
se sua mão é minha paz?
Como viramos pedra,
se antes éramos lava em erupção?

Por quê hoje somos maiores,
se menores ríamos mais?
Por quê hoje somos mais velhos,
se mais novos amávamos mais?

Por quê tem que ser assim?
Eu sem você, você sem mim?

3/13/2007

Mais uma sobre infinito


Quero ouro no gosto matinal
quero morrer de venenos piores
quero avacalhar a moral alheia
quero ser alguma coisa
mas sem ser pra ninguém

Experimentar já não é normal
Nada mais é forte para mim.
Nem grito de guerra,
nem pavor de morte.

Comprei uma camisa escrito fearless
fiz dela minha pele
fiz da palavra minha ordem
me refiz todo de novo
remontei todo o meu jogo

Chamaram loucos os sem razão
mas qual razão existe
num mundo que tudo infinita
que nada se completa
e que sempre será sem fim?

Chamaram-me louco
abracei minhas razões e cantei
"pois louco é quem me diz."

3/06/2007

Rota reta


Então, cala-te, porquê amigo,
teu caminho mudou.
Tua reta, teu destino
no afã do predomínio,
corre feito louco
e muda pouco a pouco
minto
muda muito a muito.
Força seu músculo e peito,
aperta o corpo sem rejeito,
te assusta e alegra,
fecha teu olhar pra frente
e agora só o presente sente,
porquê, amigo, teu futuro tornou-se incerto.

2/26/2007

Entrega e queda

"De elmo vestido e espada em punho
O sangue nos braços, a morte na mão
Segue em fúria o humano guerreiro
Em guerra com a solidão"

Passo a passo enervar não é caminho
lentamente a vista enegrece
a razão desfragmenta,
pensamento desaparece.

Solitário sigo a vida
Com peito marcado em ferida
com sopro no coração

Não há lágrima que não seja nada
não há perda que seja esquecida
não há dor que seja fácil
não há derrota desmerecida

Por toda a vida hei de me perder
e desencontrado me julgarei
Mas de muito precisei pra saber
que desencontrado melhor estarei

A alegria que sinto
hoja a vejo porquê caí
O amor que reconheço
hoje sinto porquê morri.

Luz para renascer, abandono para recaminhar

"Todo dia alma morta quer voltar.
Todo dia esperança insiste em perturbar.
Abençoados os que matam a esperança
antes desta o matar."


Gritaram três fadas
"rise and shine"
recebi a ordem de olhos baixos
de vida baixa

"Seu mundo partido está a renovar"
gritavam histéricas
"Vai recomeçar! Vá recomeçar!"

E um coral por minhas costas caminhava
e cantava "você tem força, siga sua vida!"

Eu sem cor nas vestes, sem força nas palavras
sozinho estava por dentro, jogado.
As fadas por fora cantavam
"Este é o fim! Acabou tempo sozinho!
Este é o fim das coisas fugidias e perdidas
fim dos tempos de mão solta sem braço dado
fim da espera longa, fim da madrugada fria.
Este é o fim da tua perdição!"

Sozinho e rodeado
um sorrizo nasceu em mim
com a força de um abismo
No meu céu dançava um dragão de fogo
ascendendo e abraçando toda a escuridão
engolindo as sombriedades com sua imensidão

Rezei toda a força que tinha
estendi meus braços ao vento
e me senti puxado

Tudo que senti foi que pude voar.
Voar para fora da escuridão
Voar para longe da solidão
Voar para longe da espera infinita
Para longe da dor que não acaba
Para longe das mágoas guardadas
Tudo que senti foi que pude voar para longe de uma vida imersa em angústias e choros.
Tudo que pude ver é que minhas asas desta vez estavam firmes.
Tudo que hoje sei é que renasci.

O dia que meu mundo caiu por mim


Já vai por cima das testas
a chuva que nem clareia nem protesta
hei de acordar na hora certa
na medida do céu mais claro
na porção do mar mais alto
em cima da onda
hei de acordar.

Um pincel manchará o céu com rachaduras
rasgará sua complitude
desfará seu ser inteiro
mas não por ti.
Por mim.

Nem ondas de verão nem mornas brisas virão
só o que renasce bruto e negro
ânsia germânica e inverno bretão
fugacidade de mortes e descrença no perdão

Nao será por você tudo que cairá
não será pra você toda a mudança
não será em você o novo caminhar
não será com você a bonança

Serei sozinho o mártir nulo
serei caminho e esperança
serei causa da queda
dos rasgos no céu
do fim da luz solar
do fim das esperanças
do fim das alegrias
das coisas mornas
das coisas luzidas
iluminadas
Será por mim todo o desmoronar

Quebrado e deitado
de olhos bem fechados
meu corpo há de chorar
levantar com punhos quebrados
berrar para tudo que caiu
LEVANTA-TE!
Sozinho os muros do meu mundo subirão
MEU MUNDO se refará por minha voz de comando
A tua será canto longinquo
A tua voz será nada.

2/17/2007

Para quê eu vim.


Estrela és, cometa inteiro
Queimando o céu de azul a vermelho
Com mãos cheias de tango
Com lábios cheios de sonhos

Fogo és, ascendendo meu espírito
Eu que todo cinza era
explodi em luz
Reascendi.

Vêm de ti uma onda que embriaga
me deixa tonto de verdade
transforma em brisa toda minh'alma
completa-me demais.

São seus olhos dois sóis
com um brilho que dança
tão firmes e potentes
são como uma canção

Conta-me por favor onde guardaste
meu fôlego que roubaste
conta-me antes que caia
sem ar ou sem fala

Sua voz é um exército
que destrói minhas muralhas
Me desprende do mundo
me eleva

És uma guerra
mas já lhe disse
vou lutar essa guerra até o fim.

Aqui estou. Firme, forte
paciênte até a morte.

Eu vim para mudar a sua vida.

Passa por loucura pra feliz ficar


Chuta o teto se o cabelo dela é gold
Aperta um pouquinho o ego dela
mas sem machucar oow!
Só pra ver se ela canta um pouquinho.

Vira vida se a música que toca te toca
Pula pra mostrar que está em pé
Grita pra mostrar que existe
Grita, minino...anda!
Endoida minino....anda!

Depois, dança em parzinho com a menina bonitinha
Ri um pouquinho que ela derrete
vai ser bem bonitinho
os pombinhos dançando no salão inteiro.

Abraça ela forte e você descobre
que toda a loucura que você sentia
toda a vontade de chutar o teto e pular
era a falta da pombinha por perto
pra te fazer sorrir de verdade

Abraça ela minino...anda!
Porquê ela é quem vai te fazer sorrir mais

Dia de voar



Escorreu da cachoeira
a cantante sereia
"Serei rainha, serei"
cantou em versos de areia

Admirei todo o brilho que ela fez
confundi meus passos
indaguei com os olhos
fui jogado daquele muito alto.
Caí cantando
"aqui estou mais uma vez"

Sereia me viu e gritou
"vai morrer! Morre não!"
Eu sorri e voei
"preocupa não, meu bem. Preocupa não."

Riu-se ela como um dia de verão
A água se coloriu o seu redor
Mergulhei no seu colo
abracei-a forte
"preocupa não, amor...preocupa não."

2/08/2007

O que fazes por sonhar


Nasceu no teu lábio falido uma nova invenção
para trazer razão à tudo acontecido.
Era tuda barganha de emoção
que renascia sobre teu ventre ferido.


Invocaste a fera de teu ser
e quem me dera assim também o fazer.
Enegrecer meus olhos em uma Nova Era,
refazer total o meu espírito, quem dera.


É hora de num estandarte colocar o coração.
É hora de esfarrapar as roupas cálidas da razão.
É hora de levantar imenso e armado feito guerreiro.
É hora de juntar as peças e me reerguer inteiro.


Sei das horas e sei do tempo.
Sei o que faço e o que ainda tenho.
Sei que me eleva saber onde estou.
e me satifica saber o que sou.


Sou fera, sou bicho, sou anjo, sou povo.
Sou pedra, sou lixo, sou o ano, sou o novo.
Sou tudo e nada e ainda me levanto.
Sou fraco e minha boca cala e ainda canto.


O que sou não serás jamais.
Sofro, sei que sofro e tu não tanto.
Mas sei que amo mais e mais
e a ferida viva que virou meu coração
eternalizou a minha vida,
fez de mim todo canção.

2/07/2007

Cavalgar por vida nova


Calabar e Alazão
tropegos se autoguiavam
seus condutores em sono
se banhavam
"há de correr Alazão e Calabar"
disse o grande mestre no curral
"há de correr e não parar."

Montados em sono seguiam Loreley e Diana
as filhas temperadas de mágoas
do pastor das mãos calejadas
"Hão de superar" gritava o pastor
"Hão de superar, digam pra mim que irão superar,
suas malditas!" gritava o pastor para as ovelhas
Assustadas berravam "méé, não é assim que se faz."

Perdido em lágrimas o pastor caiu. Ainda murmurava antes de dormir:
"Santas filhas minhas, a vida lhes será boa. Eu juro."

"Loreley e Diana," sussurrou um anjo em seus cabelos
"durmam minhas queridas. A próxima cidade será teu lar.
Acordai num novo mundo, belas musas desgraçadas.
Despertai em nova vida"

Ao nascer do sol Diana acordou a irmã.
Os cavalos corriam num campo imenso, apontando para uma cidade.
Diana séria como nunca disse as últimas palavras daquela velha vida:
"Loreley, sua desgraçada. Seu cavalo é melhor que o meu."

2/05/2007

Seja como deve ser


Toda canção tem um gesto
todo gesto um calor
quero ter em meu fervor um verso
capaz de despertar em ti o meu amor

Por todo o céu me embrenhei
e enfim encontrei-te em forma plena
Ah!, mas juro que farei
com que toda essa luta valha a pena

Anjo que me caiu foguete
pega na minha mão e me eleva
pega-me e promete
não me soltar-me, never!

Meu ser é um coral de vozes
gritando por sua companhia
meus pensamentos que antes velozes
frente à ti se congelam numa mente vazia

Sei que um dia serei pleno
e sua voz ao meu lado cantará
nem que eu tenha que dosar veneno
nem que eu tenha que alguém matar.

2/04/2007

Amigo-íris(segunda versão)


Será você todo meu incêndio de luz
alma inteira berrando em meu interior
segredos e segredos estapeados ao vento
se mantendo puros e inteiros.
Você veio me iluminar.

Serei eu branco e preto
todos os dias que não alcançar usted
serei eu arco e íris
quando minha vista te contemplar

Seremos unidos e fortes
agrestes às morte
bonitos e noir'res
lívidos ou ruborizados
seremos inteiros e alegres
seremos o céu e o mar
queimaremos azuis
e todas as chivas e as parcas gritarão
"Que se eternize esta amizade!"

2/02/2007

Amigo-íris




Serão vocês todos rastros de luz
almas inteiras susurrando meu interior
segredos e segredos e segredos
se manterão puros e inteiros
e vocês ainda serão meu iluminar

Serei eu todo preto e branco
todos os dias longe de vocês
serei eu arco e íris
quando minha mão segurar as tuas

Seremos unidos e fortes
agrestes às morte
bonitos e noir'res
lívidos e ruborizados
seremos inteiros e alegres
por toda a nossa amizade.