3/20/2007

A última tristeza de minha vida

"Naquela traíra tem espinho e carne
Na tua história prometo os dois
Sangue e tristeza na sua estrada
Felicidade no seu depois"
Dizeres de uma cigana, lendo meu destino.


Não não não
eu não quero mais nada
nem dia de sol
nem madrugada
nem dia verlmelho
nem alvorada

não quero passarinhos nem leões tristes
não quero navalhas nem piras viris
meus deus quanto custa
pra eu ser enfim feliz?

articulações de madeira
e tristeza de mosquito
meus nervos são correntes elétricas
dançando um ballet deprimido

e os olhos dela, que desejam luminar
olhos de saída e de alerta
olhos no avião que sobe
eu de pés na partida final
mente sem carnaval
tudo escuro tudo pior
vida louca mundo menor
vida escura mundo pior

E a besta manda sempre seus piores anjos no meu sol-raiar
e minha deixa é sempre fechar os olhos
porquê pior que morrer é ver tudo piorar.

Mary, dance!

"Revolta e bela, a luz reflete é nela
Dançante e toda aliás
Firme e esvoaçante

Um corpo todo fugaz"


Pé no chão, cabeça atenta
toca o som que desconcentra
Você é mola e eu sou par
que mal que tem em eu dançar?

Violência que ele quer
se contorce pra buscar
vou dançar na frente dele
até ele levantar

Não tem mal em fazer isso
ninguém nunca vai chorar
se chorar aí desisto
vou buscar um outro par

Dança, sobe e vai pra trás
pula, volta, desce mais
e todos gritam "Mary, dance!
this is your chance!"