Alguns manuscritos esquecidos, outros proibidos. Algumas poesias mentirosas, outras puras. Ao Livro Azul cabe falar...ao leitor, cabe interpretar.
2/07/2007
Cavalgar por vida nova
Calabar e Alazão
tropegos se autoguiavam
seus condutores em sono
se banhavam
"há de correr Alazão e Calabar"
disse o grande mestre no curral
"há de correr e não parar."
Montados em sono seguiam Loreley e Diana
as filhas temperadas de mágoas
do pastor das mãos calejadas
"Hão de superar" gritava o pastor
"Hão de superar, digam pra mim que irão superar,
suas malditas!" gritava o pastor para as ovelhas
Assustadas berravam "méé, não é assim que se faz."
Perdido em lágrimas o pastor caiu. Ainda murmurava antes de dormir:
"Santas filhas minhas, a vida lhes será boa. Eu juro."
"Loreley e Diana," sussurrou um anjo em seus cabelos
"durmam minhas queridas. A próxima cidade será teu lar.
Acordai num novo mundo, belas musas desgraçadas.
Despertai em nova vida"
Ao nascer do sol Diana acordou a irmã.
Os cavalos corriam num campo imenso, apontando para uma cidade.
Diana séria como nunca disse as últimas palavras daquela velha vida:
"Loreley, sua desgraçada. Seu cavalo é melhor que o meu."
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