Saudade vem da menor intensidade do momento atual comparado com a lembrança distorcida de algum momento passado.
A menor intensidade vem de um confronto entre imaginário e real, sendo que o poder da figuratividade é superior às condições de vida.
O momento atual é a realidade, o momento passado é uma realidade distorcida e com grandes espaços em branco.
Nos grandes espaços em branco, são colocadas cenas falsas ou prolongamentos de cenas verdadeiras.
Preenchidos, os espaços em branco formam uma realidade inexistente, transformando o passado em fantasia.
O desejo pela fantasia é a admissão da imperfeição da realidade conjunta com a ânsia pela anulação dos problemas e falhas.
Saudade é a ilusão de que já se viveu momentos de perfeição em par com a vontade de revivê-los.
A aproximação da perfeição não provém da saudade, mas da vontade.
Vontade é o querer, baseado em vivências passadas ou contemplação de exemplos externos.
A fragilidade da certeza da vontade, apesar de gigante, é mais eficaz que a saudade.
Testar é a chave da felicidade.