12/21/2006

Machine - Os inocentes Chave

(made of iron and eletricity)




Abri meus ohos elétricos pela manhã
tudo em volta brilhava
me senti bem-vindo ao futuro de metal

Poesias, drogas e pontes
cafés, banheiros e jardins, incineraram tudo
No meu mundo de metal apagaram tudo
Nada restou...nem mesmo as memórias

Somos um programa
Coração de borracha, sangue de diesel
Nossa função é servir

Somos o futuro do mundo
Aprendizado automático
Obediência múltipla
Multiprocessadores de nada

Somos robôs e vivemos eternos
mas ouvi um dos Anjos sussurrar:
"Não há vida sem fuga"


Será que estou mesmo vivendo?

12/18/2006

El Dios Sol


(La Bruja del deserto)

Corajosa como olhos de lince
que ferem e marcam quem os vê
Ameaçadora como uma lâmina afiada
Sólida e constante como um bloco de concreto
Radioativa como o Sol
Como uma leoa, como uma pantera.

Com todo feitiço babando dos olhos
Com uma boca linda brilhando vermelha
Os seios à mostra, dançando um flamenco
e todo o fervor temperando o momento
Me diga, me diga, me diga você
Se a coisa mais linda não acabas de ver?

Muita violência, poeira de sangue
cem beijos roubados e dois de amantes
Dois meses de cama, uma dor mortal
Tens enfim a bruxa do olhar fatal.

12/15/2006

The Ice King



Por todo meu coração gelado
e por todo sentimento que resolvi não ter
Hoje venho aqui.
Venho chorar...

Tudo e tudo me toca profundamente
mas minha casca rasgada e grossa
dura feito diamante
retém tudo

São as famosas correntes
as cuspidas questões
os tapas que não vêm
as lágrimas que correm secas
os labirintos retos
o por do sol no escuro
o perfume que nao se sente

é tudo uma grande insensibilidade
é tudo um gelo imenso
imenso e branco
branco e interminavel

é tudo preso e cristalizado.

O rei do gelo que meu coração se tornou
a festa estática, a bruma congelada,
a lágrima congelada.

Sonhei com amanhã
que eu acordava em chamas
e tudo que me prendia
e tudo que me marcava
e tudo que me cancelava
derretia
virava água.

Sonhei com o dia que eu viraria água...

12/14/2006

Start Today Tomorrow

Cansado estou. Mais uma vez.
Isto algum dia acaba?
Parece uma guerra,
matar e não morrer.

Nesse deserto morri duas vezes
Renasci da primeira depois de muito custo
A morte de agora, custará mais.
Estou cansado

Tudo que vi, tudo que vivi
e simplesmente não consigo nada?
Foi tudo mesmo em vão?
Estou tão triste...

Chorar custa, sofrer custa
Lembra aquela estática morna,
tão desejada?

Pois bem. Nela estou.

12/08/2006

Surpresa lacrimal

O padrão coração de pedra flutuou
Meu Deus, aonde foi?
Assusto-me de repente com a falta de certeza

A pureza toda me invadiu
A força de um peito aberto me sacolejou forte
Deus, Deus, que me aconteceu?

Um brilho eterno e branco se pôs em frente a mim
a abertura eterna também
Estava como um cão sem coleira,
liberto, liberto

E correndo tanto eu respirei
minhas vias empoeiradas espirraram
todo o mal saiu num sopro torpe

Eis que senti
Era meu caminhar numa corda bamba
Meu caminho estava tão mortal
que o pavor tomou conta de mim

Um ódio lissérgico me apoderou
Eu sabia quem era o feitor! Eu lembrava!
Toda a magia e força usada
Toda a concentração
Nada serviu pra nada

Estou estupefado
Pela segunda vez minha força não funciona
Sou novamente o santo do baixo altar

O pavor agora sim tem seu lugar monstruoso
E o medo tomou minhas mãos
Meus ouvidos estão sensíveis

Meus olhos vão chorar.

Meu Deus, estou apaixonado por alguém que não me vê.
=(

12/03/2006

Quem espera sempre alcança


Ouve-se alguém berrar: corra!
Mas, então, o dia parou pra pensar.
Que correr que nada! A vida se fez e pronta está
Meus pés andarão vagar,
e irão montar o instante no calmar

Ouviu-se: anda, anda!
Pois ora!
Andarei minha mão em sua cara!
Insisto claro como um trovão:
Hei de calmar!

No intuito latente, na persistência magistral
na confiança bruta, na visão protegida
na mostruosidade solta, na permuta investida
A casa da visão moderna se subiu
e em concreto hoje está.

Nem vento nem sopro
nem grito nem choro
talvez choro, mas mão murro
talvez nada mais além de choro

Nada, nem quem muito tente
derrubará esta casa que hoje cresceu.
Instaurado está em meu peito e coração
Hei de calmar, passear
Não vou correr.

12/01/2006

A cor de um Livro


No navegar não se basta o cheiro
ferventes animos, almas expansíveis,
os respirares se formam e inundam as bocas
tudo que por mais voante estava
hoje se despencou em minha mão

A impressão do máximo, limitada e íntima
no dia que precede o amanhã se abriu
como uma flor que nos primórdios primaverais
se abre e abraça o céu
abre os próprios braços inconsciente e trôpega

Aconteceu como o espreguiçar
do monstro imenso que acordou
Cuspidas as palavras forma
antes mesmo do acordar completo

Agitou-se antes de tudo
antes, antes, como seria se não irrompesse?
Tal qual uma imagem parada, uma fotografia?
Que idéia se convence sem se mover?

Pois eis que dito é que a idéia ganhou um movimento a mais em sua dança
Para os insensíveis, adicionada foi a lágrima
O invisível para os menos nobres agora se pôs à mostra

Tudo que desejo clamar é a anunciação
e tal de importância palavruda e monstra,
demorou-se e enrolou-se por longas linhas

Por fim, resumo: Abriram-se os olhos do Livro Azul.

11/30/2006

O disco da bela canção

Foste um começo pardo
e como em toda canção
se mostrou crescendo e sentimento
se pôs de todo à frente da bala

Sua alma inteira eu vi brilhar
no seu olho flamejante, no teu esperar entornando
Eu vi você em mim, coloquei você em mim
Encrustei você em minh'alma inteira

Foste uma bela canção
foste uma bala em meu coração
que sangrou semanas inteiras
que ensurdeceu meu todo
que me deixou congelado
frio e consternado
absorto e impassível
teu tiro me deitou
e quando levantei, foste alvo de minha fúria

O disco da bela canção arranhei com as unhas
Nunca mais ela tocou...
mas lembro vagamente...era uma bela canção.

11/29/2006

Descontrole

Jogaram-se as moedas ao ar
que será, meu Deus?
Sorte? Azar?

Me desfiz de rédea e trono,
me joguei no esperar
me julguei impassível
me perdoei por crimes loucos
me julguei por violências alheias
achei meu caminho perverso
me reinventei

Amanheço sem pulseira nem mãos,
acordei sem pulso, com todo o coração
batendo firme e estúpido
desejando as moedas nas mãos
a imensa ilusão
o fim eterno sem certo continuar
o mau caminho que tanto brilha nos meus olhos

O mau estapeei de fronte limpa e conservada
de pensamento inórbito e feito de pó de ouro
da imensa verdade que nasce de um descaso póstumo
da felicidade que inalcansável se torna paixão

Hoje joguei meu ouro à porcos tolos
me independi e sorri sem medo
e na valsa do descaminha, na volta,
me retumbo de clareza e força
me encaixo na paz mundial
na paz infernal e temporal
no mundo perfeito de momentos óbvios e soltos

Não há nesse segundo uma sequer morte em minha mão
Não controlo nada, nem mesmo meu coração
Hoje a vida é de qualquer um, menos minha.

Interior

(de mapa e de alma)


A brusa da fia, de manhã rasgô
O trabaio do Zé, no calô piorô
A saúde do homi dessa veiz lascô
Ai que vida doida e difícil.

Tem treis dia que o galo num canta
E se ele num canta, diz que a vida num anda
E se ela num anda, meió pra mim
que continuo nova e longe dos fim

A vida aqui é sufrida
O sol quêma tudo e lasca a gente,
o frio enruga até dente de pente...
Má os chêro das frô na primavera dexa tudo meió

E o Zé fica alegre c'as pranta brotano
E os fio fica alegre c'as frô cresceno
E eu fico alegre com essa vida que num anda
ê essa vida...

Aurora viajante

Hoje uma estrela em meu céu ascendeu
E nada mais justo que dela falar
Tudo dos lados se escuresceu
Não via mais nada, só ela a brilhar

Numa cachoeira um vento soprou
Estrela cadente que me encantou
Espera, espera, não declares sua ida
Expande meu coração à largo e sem medidas
Encatas meu corpo, só mais um pouco

Não é fácil admitir que este brilho é diferente
É um brilho ocupante e intermitente
E não há quem me faça discordar
Que a cadência dessa estrela veio a calhar
Em todo o céu nublado, algo brilhou
Uma aurora nova me atordoou
Me encontro tonto, bêbado de luz
E é desse jeito que me sinto feliz.

A força que aplico em ti

Amigo, este sou eu quem chegou
Carregarei em meus ombros suas lágrimas
Acariciarei suas asas num abraço
Serei teu apoio no fraquejar
Será minha a tua dor
Seremos juntos um ser melhor
Unirei minhas forças às tuas
Juntos, seremos melhor

Amigo, esta é minha a mão que se estende a ti
Sou eu que mudo a máscara triste que me cabe
para uma alegre que te agrada mais
São meus os dedos que acariciarão tua mente

Amigo, este sou eu entregando minha alma
para salvar a tua
Porque, amigo, juntos somos melhores.
Juntos somos melhor.

As escarpas são altas

Nos campos verde e azul marinho,
uma bruma prateada se levanta
e meus cabelos, jogados no vento, cantam.
Eu, de joelhos, clamo.

Dos amores que perdi, faço conta.
E não sai da minha cabeça que isso é uma afronta.
Meus punhos cerrados arrancam o chão,
a luz da Lua não é mais que um clarão.
O lago em meus olhos dança e se colore de estrelas.
O amanhã não parece chegar.
O amanhã não quer chegar.

E de tão alto que estava, de meu último amor, desisti.

As asas que ruflaram levavam minha alma aos céus.
Subi sem nenhum coração.
Este se despedaçou no chão.

O Jornal

Do jornal que acordei lendo,
uma notícia brilhou calma..
Era o início de uma nova jornada
que se anunciava.

As palavras pra descrever,
ali faltaram.
Os desfechos, os mistérios, todos se realizaram.
Os finais se apresentavam.

Havia em toda a notícia uma única imagem:
Um homem fechava a última de dez portas,
fechava com uma chave de pedra.
Havia em sua frente uma porta de ouro,
à qual ele caminharia.

Era o fim de uma Era.
Era o fim do fim.
Era o começo de outra vida.
Era o novo de novo.

11/22/2006

Dios e iluminatti

Das três vezes que visitei o inferno
a última já passou
Dos demônios de olhos amarelos
não sinto mais nada
nem cheiro nem ameaça
só lembrança fria e distante.

Desejei três vezes a morte ao invés da luta
Caí sem lutar por severas três vezes
Tive medo.
Três vezes.

Ouvi cantar um áureo som
e dele fiz um mantra.
Ouvi-o despedaçado, fragmentado
Hoje o completei.

Por vezes desejei morrer à luta
Amanhã terei espadas
Amanhãs serão mais claros
Ilusões se desmancharam, tal qual o antigo castelo de areia.
Findei minha inocência burra e minha fantasia negra.

Às vesperas de uma entrega fúnebre,
me recobrei e o encanto se desfez.
Na fila do despedaço, virei e corri embora.
Mantra cantei, mantra cantei.

Hoje e amanhã eu me surpreendo.
Deus, como foi acontecer comigo?
Como fui tolo, Deus! Como fui...

Hoje e amanhã eu amadureci.

Fica pra trás esse encanto escuro e mórbido.

11/16/2006

Burreza de gente sem senso

É você que nada em mares sujos
Eu criei de você um nojo!
Que nojo imenso que me enche de salivas.

És tu um escarro em minha boca.
De todo amor que lhe dei,
cada perdão que ensaiei,
cada lágrima que escorreu

Hoje me parece um erro imenso e fatal
Os pedaços do meu coração, estes estavam pelo chão,
e agora nada que fizeres reverterá
o que em mim se instaurou.

Por você, o amor que sentia, virou tristeza
Trsites dias pedri, pensando em você.
Vá-te, escarro de minh'alma
que aqui teu espaço findou.

Os tanques de 1989

No máximo do desencanto,
no fervor do corpo,
no choro forte, mas branco,
na loucura imensa de um povo.

Num grito uníssono e forte,
na febre negra da repressão,
na dor que escala a morte,
no descontentamento mortal.

Nasceu o virgem de medo.
Aquele que se superou.
Parou tanqes com olhos e flores.
Se fez voz de um povo.

Nas asas crescentes da impunidade, o herói se consagrou. Se fez de coragem e entrega. Todo um povo calou.

Táboa de Tiro-ao-Alvo

Andei pensando, sob suspiros desfolegados
que minhas idéias rondavam,
mas não miravam.

Faço dardo de minhas palavras,
no presente momento, então.
Tens e terás quem pode.
Sonhas e sonharás com quem não deves.
Choras e chorará por quem não terás
[por completo.
Amas e amarás alguém que não existe
[nem nunca existirá.
Rogas a imagem alheia,
mas desejas um bem maior.
Queres a tua imagem ao alto.
Queres ser o melhor.
Cadê aquela passagem?
O desejo de todos é ser motorista...

Chave

A quebra do compasso, sem ponta na agulha
Caíram as pétalas da rosa-dos-ventos

Num passe de lágrimas voará meu ser
assim que o Navio no porto chegar.
O porto do vale de mágicas
aonde minh'alma não mais viverá

Todo sentimento suicidará
Amor, casamento, insônia, tormento
Raiva, saudade, alegria, amizade

A morte que me espera
me aliviará
É uma chave para o céu...
para pacificar
esse ser de tormentos
que eu me tornei.

Sabedoria em pó

Não Haverá Caminho Melhor Que o Tortuoso


Que aconteceu?

O urubu perdeu a hora
Desta carcaça nada mais sai

Quem chora?

Choram os lírios e as moças de Byron
Negro é o fim para todos aqueles que acreditaram
[na eternidade do começo e meio...

Que aconteceu?

A beleza se esfumaçou, a verdade se escondeu
a novidade se apagou, e agora José, quem sou eu?

Choro eu, choro demais. Amor, meu grande amor, que aconteceu?

No meu coração cabe você inteiro
só que, veja que triste, você não o preencheu.

Pois que seja. Amo-te odiosamente. Vá e não voltes mais.

E messa longa estrada de procuras,
minha alegria se desmantelou, virou pó.
Perdi uma estrela querida,
não achei minha pessoa amada.

11/15/2006

A morte do esforço atrativo

Volta pra mim, volte enfim
Porque o que é bom não mais me ilumina
As novas e perturbadas vitórias são nada mais que ilusão
Parecem mais que me derrotam, sem troféu nem cura maior.

Hoje meus erros clarearam.
E toda a vingança me arrebatou...
estou errado, eu fiz errado, tudo que foi bom me matou.

Ser inconsequente é até engraçado,
mas o resultado é estupidamente triste.
Hoje acordei infeliz, mas amanhã estarei melhor.

Porque minha memória decidiu vir a meu favor...
e tudo de errado passará.
Eu juro que não vou lembrar...

Nuvens e prantos não vão me cortar
A pele dourada não me encantará
O errado lindo não me chamará
Toda beleza imensa não me afetará

O amor que crio, descriado está
Aconteça o que acontecer, ninguém me amará...
No coração dos outros não farei morada
No peito dos inocentes não quebrarei a entrada
A vida dos quietos e mudos, não irei agitar...
Não tremerão por mim, nem tampouco vão lembrar
Declaro o fim de todos os amores de minha vida
Declaro o fim de todos os amores passados
Não irei afetar mais ninguém
Não irei, eu juro

Calado e quieto eu prometo ficar
E o máximo que permito é me apaixonar
Ninguém por mim cairá, não soltarei nenhum encanto

Perda, fogo, tudo deixo passar
Novo, novo, o branco há de flutuar
Flutuando eu vou me firmar..

eu juro, eu juro, juro que ninguém vai me amar.

One step closer to the end

Já nao há mais porque nem porém, tudo se queimou
as plantas que plantei mais cedo,
cresceram e me mataram

me machucam demais todo dia, todo dia...
meu erro foi crer q na vida tudo vale a pena,
todo risco é bom, todo desafio trás vantagens

mas oh, q hoje descubro,
q nessa vida tudo é cinza e apertado
q tudo é plano e a derrota é certa
q a alegria passa e a tristeza permanece
q a luta que era pra se alegrar, virou luta pra nao perecer

lutar contra a morte, mas estou morrendo agora!
lutar contra a morte, mas todo dia morro mais!
lutar contra ninguem e contra mim...

tristeza tristeza, tristeza q nao tem fim

pra que serve essa memoria boa, se dela soh me vem desgraça?
pra que servem bons momentos, se a falta deles causa dor?
pra que serviram todos os dias bons,
se hoje choro pela volta deles?
quero ser um nada, com vida vazia...
quero o silencio e a monotonia
perder o sufoco da falta e da loucura
amanhecer claro e branco, sem nada, sem nada...

quero ser um ser vazio, sem início e sem fim...quero passar, passarinho em mim...

11/01/2006

Eterno suspiro adquirido

No mundo de magos que vivo
encantos voam em bolhas ao ar
E tão de repente se estouram
quem meu corpo não há de aguentar

Dos passos que dou, sejam fortes!
E a pausa que faço, é pra pensar.
A minha memória é sem sorte
Mas grande hei de controlar.

A luz que sobe e some,
me mostra o triste real.
E tudo treme e pula e nada parece firmar.

Pois oh!, que tremam.
E sulcos enormes se mostrem.
Que a terra se torne um inferno,
Que tudo cheire a vertigem!

Porque eu, eu NÃO hei de soltar
A mão minha que ainda seguras.
A luz branca na luz escura.
Teu branco e imenso luar!

E não soltando eu que escolho.
E se soltar eu não morro.
E se eu soltar não me importa.

Porque ao fim foste apenas uma estrela que vi
e ainda me restam muitas ao anoitecer.

Da incandescência da raiva

Que te disponhas, para correr e para a vida,
De um elmo de ferro, com seu peso e resistência,
mas repleto de pedras e brilhantes lindos.

Que sejas forte, de maneira incrível.
E do suspiro levantes a cabeça, balbucies um resmungo
e passes...

Não é tendência a perfeição e a alegria, pós-malevolidade.
Quem é mau tem seu retorno e este, vem do inesperado.

Quem é mau, porém, não se reprime.
Da reação faz um começo.
É da vingança que se combustiliza e anda.

E os que odeia, que pena, haverão de sofrer.

Disposição.
A essência vital é feita de rearranjamento de situações.

Teu elmo de ferro pesa, mas tua maestralidade o carrega.
A raiva incadescente vinda daquele que destrói tua calma, há de queimar..

E tú, de ferro, fogo, força e poder, há de superar.

Incerto correto

Nada me empolgará,
nada me regredirá.
Nada há de ser meu fim,
busco nada,
nada pra mim.

Hei de estar no bem eterno
Flutuando pela vida
Nenhum ódio nascerá
Nem paixão me furtará.

Eu serei o sempreterno
Eu serei o começar
Eu serei o ponto zero
E minha calma circulará.

Eu prometo, eu prometo.
Eu prometo que não vou chorar.

Sagradices

Meu coração está aos pulos
Como tudo isso foi acontecer?
Túmulos sagrados perderam o segredo.
Os detalhes imperceptíveis,
agora são horrorosos.

Meu pulso se descontrolou,
aqui não é lugar pra isso!
É tudo tão absurdo, é tudo tão absurdo...
A língua quieta se inquietou,
A força que tinha se esfarrapou.

Quieto e calado, que teu erro cresceu.
Ficou tão mortal que se imperdoou,.
Um fim. Um começo. E tudo passou...

Mas ainda pulsa forte meu peito,
toda vez que ressurge o segredo.

10/13/2006

Alma e conteúdo

Do tamanho que for, que seja imenso.
Do tempo que durar, que seja infinito
Do sentimento que for, que seja amor
Se for ilusão, que seja sonho
Do sangue que usar, que seja meu
Da dor que causar, que seja mútua
Da lembrança, enternidade.

Assim é que se faz (autoria de Silviano Madeira)

Tu, fajuto. Lamba o chão em desespero medroso.

Falte.

Os que não se impõem decaem em joelhos e dominância.
Fracos.
Deixam que outros o mandem, o controlem.

.

Tu, morto amargurado, escárnio da carne fraca, pedra de areia.
Tua mansidão, tua escravidão. Tua arma é o apelo.
Nojo.

Te levanta, esfrie teu rosto, domine. Controle.
Rei.
Ganhe o jogo.

Três tempos e enfim estrela

O futuro estoura como um tapa, uma roda solta de emoções estranhas, um cego olhar, um movimento errado, um pulo ao fim, um suicídio ingrato.

O presente age como Rei, matando sonos e sacando espadas, vendo por olhos espertos, perdendo sangue em jarros, rodando em gritos e nervos, franzindo por sério que é.

O passado é velho e pintado em Sepia. Canta choros e risadas brancas. Senta e conta uma história. Bate em quatro cantos e esbanja uma felicidade falsa. Uma doce deslembrança.

O fim é flutuante. Uma estrela brilhante no céu negro. Uma estática nova e calma. Um anjo no céu.


somos todos anjos.

Bifurcação Opcional

E não passo dum molejo mole
duma carta de paus
dum legado sem morte
dum atroz bem final
Eis que perco a chance de passar azul
me apareço todo, todo de norte a sul

Separa minha corda de tua guiação
Divide meu caminho do torto
de tu
Acaba com a sede de força e amor
Reza a minha ida e grita Amém.

Pois já não tenho a chance de voltar azul.
Corre em mim o negro, o escuro, o fim.

Para que entendas o amor

Para toda vida: lembrança
Para todo céu: azul
Para toda fera: é mansa
Para toda partida: voltou!
Para todo fim: reinício
Para todo começo: um fim.
Para todo estandarte: bandeira
Para toda madeira: cupim
Para o anjo que passa: pedido
Para todos os sonhos: real
Para todos os cantos: sentido
Para todo amor: carnaval
Para a boca calada: sorrizo
Para cada momento: canção
Canta alto o anjo proibido
Eis que toca o meu coração...

10/11/2006

Ah, faça-me o favor!

De todos estes sentimentos terrenos, abriu-se em minha frente um ridículo.

Amor. E o pior é que estes bostinhas desses humanos não têm a menor noção do que estão sentindo.

Esses individualistas egoistinhas.

Eu te amo, eu te amo...bla bla blá.

Pura mentira. A vontade é dominar e exibir, dominar e mostrar, tomar conta e preservar.
Pra isso vale tudo, mas tudo mesmo.

Vale dedo no olho, soco no rim e chute no estômago. Vale sangue de sua boca, vale choro de teu olhar.

Vale machucar pra dominar. E se sentir um reizinho mais uma vez...dominar e preservar.



Esses humanos...uma grande decepção...
Eu ser humano...que perda de tempo.

10/09/2006

VI olência

A noite ferve sem gente nas ruas
Os corajosos já não obedecem mais
Os olhos se enchem de pecado e medo
A ordem quebrou-se como cristal
Atentar já não é mais ter atenção
Atentaram contra minh'alma
Vermelho-sangue
As cores tendem ao escuro
É o choro da violência vã
É o nascer da escuridão.

10/08/2006

Laboratório de Humor

Nasce e dança e canta
Aquela insistente e solta
Risada que cura e agrada

Agrada mas não é assim também.
Porque sair por aí rindo é coisa de gente doida.

Há vezes em que não é forçada, sai limpa a boa gargalhada.
Mas há vezes que por pura bondade se ri daquela merda de piada.



Sorrir é o modo certo de se ver a vida.
Relaxa, contagia, deixa todos traquilos e se sentindo bem.

Sorria, que no riso se encontra a chava das coisas boas, que se trancam para não perderem a magia.

Gargalhe, porque assim essas suas asas nascerão.

Sorria, sorria...sorria.

10/05/2006

Água de canções

Bem se vê aquele índio a olhar o tão longe mar.

É esquisito ser feliz sozinho.

O noir que escurecia as vistas

e figurava ao índio simplesmente uma noite bela,

ganhou um blanc mui belo.

Uma claridão que se envermelhava ao caminhar daquela índia.

A solidão se inverteu em precisão.

Era preciso mais que tudo não ser sozinho.

Era impossível ser feliz sozinho.,

O nome das Gralhas

Nomear-se-ão as gralhas que nessa terra não são lindas.

A recusa escorrerá por todo céu.

As belas e finas tucanas e flamingas ganharão olhares tenues e plenos.

As gralhas choram as bobagens da vida. Gritam feiamente.

E quando por final se cansam os passarinhos de admirar e não tocar,

Quando eles se cansam dessa vida virtual,

Quando a noite os envolve e o frio também,

Quando as figuras e sonhos não aquecem mais,

Aí cantarão as gralhas. Feiamente, mas alegres.

Se és passarinho, faça uma gralha cantar feliz.

Se és gralha, passarinhe um sonho bom.

10/04/2006

Nome do Mundo

Fosse o mundo mudo,

Silencioso e surdo,

Haveria só o teu olhar,

Que sem palavras me diria:

“Eu te amo”.

10/03/2006

Amor não tem explicação

Vai, vai sozinho na tua direção, encontra tua vida e a faz bem, sem lembrar de ser triste, sem tristeza, sem pensar em fim, não pensa em quando acaba não. Sente agora teu pulso, teu coração. Escuta o amor na tua boca, pulando pra fora. Não espera passar não. Não deixa passar não. Sinta as lágrimas que escorrem dos teus olhos por alguma razão, pensa direito, chorar é bom. Limpe a tua alma, lave teu coração. Quem disse que o amor não é eterno nunca amou não. Amar queima fogo bom, é fogo de vela que não leva sopro, é água de cachoeira que não perde a nascente. O amor é imortal quando não tem dúvidas. É amor de abraço forte, de ficar junto, bem perto, de sentir saudades depois de minutos, é desespero perto de alegria eterna. É abismo sem pára-quedas. Amar é não se agüentar dentro do corpo, é explodir de emoção, é ser feliz sem noção.

Amar é estimar, admirar, encobrir os defeitos e exaltar as qualidades, é ter que chorar pra aprender que é bom, é rir pra mostrar que ama, é esquecer a sua parte fria e calculista e sentir a falta de palavras, que se mostram com um olhar.

Amar é doer, é doar, é não dormir, é não se dominar, pra que falar se não tem fim descrição de amor? Pra que tentar se não tem explicação? Amor domina a alma e toma conta do corpo. O amor é viver agora, é esquecer identidade, nome e universo. É não entender nada e entender tudo. É tão bom que fica perigoso. Amor é insanidade, é loucura que se segue por ser profundo, intenso e denso. É igualar desiguais, é nivelar vales e montanhas, é unir o que não tinha vínculos. Amar desfaz guerras e faz jus o nome de Humano. O amor forma laços e dá as mãos de quem está longe e de quem está perto e não vê. Amor é grande união, como de mar e areia, como som e ouvido, como cor e visão, como sentimento e coração. Amor não tem explicação.

10/02/2006

Batismo Emocional

Já chega de cintos e cordas
As asas não se prezam ao ridículo de se fecharem
Estão fortes a ruflar
Basta dessa baboseira toda de contenção
Meu futuro começa agora!
Não escondo mais este chamado que escuto
Já o ouço tão claro que não atendê-lo é bobagem.

Das cabines de portas fechadas, estrago o trinco
[arranco a janela.

As sombrinhas, furarei-as todas.
A chuva passará.
O frio que suga meu calor, um ser sem casaco deparará.
Um todo aquecerá com meu sorrizo.

É hoje o fim da babaquice pensante, da contenção social, do prisma falso e incolor, da nave parada.


Hoje é o dia da nave voar firme.

10/01/2006

A primeira gota do mar

No oceano dos sentimentos, cada gota tem seu valor.

Começa agora o fim.

As verdades serão devendadas.


Prepare seu coração.