2/26/2007

O dia que meu mundo caiu por mim


Já vai por cima das testas
a chuva que nem clareia nem protesta
hei de acordar na hora certa
na medida do céu mais claro
na porção do mar mais alto
em cima da onda
hei de acordar.

Um pincel manchará o céu com rachaduras
rasgará sua complitude
desfará seu ser inteiro
mas não por ti.
Por mim.

Nem ondas de verão nem mornas brisas virão
só o que renasce bruto e negro
ânsia germânica e inverno bretão
fugacidade de mortes e descrença no perdão

Nao será por você tudo que cairá
não será pra você toda a mudança
não será em você o novo caminhar
não será com você a bonança

Serei sozinho o mártir nulo
serei caminho e esperança
serei causa da queda
dos rasgos no céu
do fim da luz solar
do fim das esperanças
do fim das alegrias
das coisas mornas
das coisas luzidas
iluminadas
Será por mim todo o desmoronar

Quebrado e deitado
de olhos bem fechados
meu corpo há de chorar
levantar com punhos quebrados
berrar para tudo que caiu
LEVANTA-TE!
Sozinho os muros do meu mundo subirão
MEU MUNDO se refará por minha voz de comando
A tua será canto longinquo
A tua voz será nada.

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