10/05/2006

Água de canções

Bem se vê aquele índio a olhar o tão longe mar.

É esquisito ser feliz sozinho.

O noir que escurecia as vistas

e figurava ao índio simplesmente uma noite bela,

ganhou um blanc mui belo.

Uma claridão que se envermelhava ao caminhar daquela índia.

A solidão se inverteu em precisão.

Era preciso mais que tudo não ser sozinho.

Era impossível ser feliz sozinho.,

O nome das Gralhas

Nomear-se-ão as gralhas que nessa terra não são lindas.

A recusa escorrerá por todo céu.

As belas e finas tucanas e flamingas ganharão olhares tenues e plenos.

As gralhas choram as bobagens da vida. Gritam feiamente.

E quando por final se cansam os passarinhos de admirar e não tocar,

Quando eles se cansam dessa vida virtual,

Quando a noite os envolve e o frio também,

Quando as figuras e sonhos não aquecem mais,

Aí cantarão as gralhas. Feiamente, mas alegres.

Se és passarinho, faça uma gralha cantar feliz.

Se és gralha, passarinhe um sonho bom.