4/18/2007

The Conquering Lion (descaso de mim para um melhor você)
































O leão da menor derrota
erguido e punhal
duro sobre o penhasco
dourado imortal

Polvo, Rei da imensidão
rege com oito seu terreno
Como oito deverão ser minhas mãos
cuidando-te e protegendo

Claro ou escuro não me importam mais
Meus olhos fechados são mais febris
que as vistas cheias de cores
que me perder nos do mar tons anis

Cheio de alheios viveres
adornos inúteis em minhas pilastras
e não serão apenas moscas
nem mesmo pré-borboletas lagartas
que firmarão bombas em minha idéia de força

que farão explosões em meus ouvidos
cantando árias mudas
que farão explosões em meus olhos
mostrando Van Gogh s em preto e branco
que farão explosões em meu faro
transformando cheiro de morango em cheiro do ralo

A minha força continua
brilhando e queimando
meus passos flutuam no ar
trôpegos, mas certos
meus olhos vagueiam pelas planícies
incertos e desenhando colinas nos céus
minha dança continua tonta
mas não caio
não
eu não caio nem cairei

porque minha dança é uma
firme e única
areia movediça e úmida
te prende e te afunda
em minha alma de leão
em mim.

4/11/2007

Segunda personalidade suicída

"Depressão é mar
amor é ar
sem amor ser humano
tende a naufragar"


Revertidos os medos e os cabelos
que ao vento pendiam inovação e rebeldia

Subiram as idéias e as normalidades
se foram muito instantâneamente

Sobrou um corpo sem carne
investido na parte mental

Ao meu redor, fluxos e ondas pendiam, pendulavam, bruxuleavam até.
Em meu interior, fluxos e ondas, de calma e terror

Em cada mão, uma história nova
nas pontas dos dedos meu futuro guardado

Correram por sua face todos eles
um desceu pelos teus lábios

e nos teus lábios continuaram
implorando fortemente por silêncio

Não era tua alma o som da garganta
nadava ela no poço de suas pupilas

(os fluxos continuavam)
(corriam agora dois corpos)

desceram ao teu pescoço os outros dedos
estrangulando de leve teu respirar

seus olhos se abriram mais
teu corpo pediu perdão

minhas lágrimas eram tua última bebida
escorriam ao longo de tua face até sua boca

seu corpo já desistia
(meu corpo já desistia)

seus braços, jogados
(meus braços, jogados)

seus olhos, fechados
meus olhos...fechados

4/03/2007

Sensacional









Depois da tormenta revela a canção
depois da negreza me vem o clarão
É depois da caminhada inteira
muito longa, muito sofrida
cheia de sangue e ferida

É depois da caminhada que levanto.

Passou muita ruindade
passou imensidão de sofrer
passou tudo de mau e ruim
passou, passou em mim...

Chorei eu sei, chorei demais
Me indignei com o que fui capaz
Me tornei de pedra, mau
Mas derreti de novo, em lágrima e sal

Aqui estou, no fim do caminho
joelhos sangrando, suado e cansado
Peito arfando, fôlego perdido

E basta olhar pra trás num único olhar
e ver esse caminho que passei
para encher minha boca de grito
para encher minha alma de orgulho
e berrar para todos os ventos
Meu mundo deu certo...eu venci!

Fortaleza oceânica

"Skapaður í mynd manns í líki karls og
Konu tvöföld var sú syndhans sgaði hans
Sonur ekki hryggja heldur sefa mín lífs
Spekialltaf rétt ?"


Cresceu em mim uma fortaleza oceânica
prestes a desabar
com a força da tormenta negra do apocalipse
a ponto de bala

Emergiu das águas azuis
uma força desigual
afastou todos seres e ventos
de mim

Circundou minha face e meus polegares
a tormenta energética azul
Invadiu meu corpo
como um perfume

Assustado e demorado
me entreguei à condição
me abracei a imensos braços
inventei novecentos gestos
reduzi cores a um único clarão

Entre minhas mãos meu planeta
nele fiz toda pressão
de azul se tornou negro
de luz se tornou borrão

Os olhos fechados fingiam surpresa
as mãos apertadas fingiam emoção
as lágrimas ao lado não fingiam nada
choravam com meu coração

Imensidão se fez em meu peito
A nova guerra parecia normal
E achar guerras normais
aponta minha escuridão

Estão negros meus olhos
Está negra minha ilusão
Estão negros meus gestos
Negro, meu coração

Diante do abismo, sempre...
cada dia mais perto da beira...
cada dia com mais certeza de que sei voar...