10/13/2006

Alma e conteúdo

Do tamanho que for, que seja imenso.
Do tempo que durar, que seja infinito
Do sentimento que for, que seja amor
Se for ilusão, que seja sonho
Do sangue que usar, que seja meu
Da dor que causar, que seja mútua
Da lembrança, enternidade.

Assim é que se faz (autoria de Silviano Madeira)

Tu, fajuto. Lamba o chão em desespero medroso.

Falte.

Os que não se impõem decaem em joelhos e dominância.
Fracos.
Deixam que outros o mandem, o controlem.

.

Tu, morto amargurado, escárnio da carne fraca, pedra de areia.
Tua mansidão, tua escravidão. Tua arma é o apelo.
Nojo.

Te levanta, esfrie teu rosto, domine. Controle.
Rei.
Ganhe o jogo.

Três tempos e enfim estrela

O futuro estoura como um tapa, uma roda solta de emoções estranhas, um cego olhar, um movimento errado, um pulo ao fim, um suicídio ingrato.

O presente age como Rei, matando sonos e sacando espadas, vendo por olhos espertos, perdendo sangue em jarros, rodando em gritos e nervos, franzindo por sério que é.

O passado é velho e pintado em Sepia. Canta choros e risadas brancas. Senta e conta uma história. Bate em quatro cantos e esbanja uma felicidade falsa. Uma doce deslembrança.

O fim é flutuante. Uma estrela brilhante no céu negro. Uma estática nova e calma. Um anjo no céu.


somos todos anjos.

Bifurcação Opcional

E não passo dum molejo mole
duma carta de paus
dum legado sem morte
dum atroz bem final
Eis que perco a chance de passar azul
me apareço todo, todo de norte a sul

Separa minha corda de tua guiação
Divide meu caminho do torto
de tu
Acaba com a sede de força e amor
Reza a minha ida e grita Amém.

Pois já não tenho a chance de voltar azul.
Corre em mim o negro, o escuro, o fim.

Para que entendas o amor

Para toda vida: lembrança
Para todo céu: azul
Para toda fera: é mansa
Para toda partida: voltou!
Para todo fim: reinício
Para todo começo: um fim.
Para todo estandarte: bandeira
Para toda madeira: cupim
Para o anjo que passa: pedido
Para todos os sonhos: real
Para todos os cantos: sentido
Para todo amor: carnaval
Para a boca calada: sorrizo
Para cada momento: canção
Canta alto o anjo proibido
Eis que toca o meu coração...