Alguns manuscritos esquecidos, outros proibidos. Algumas poesias mentirosas, outras puras. Ao Livro Azul cabe falar...ao leitor, cabe interpretar.
10/25/2007
Demon Days
Num último berro lascado
morreu dentro de mim um dom
de firmar eternos prazeres em frascos
de tornar, no mais inocente tom
o amor palavras
Nascem agora, pois é de lei
os patrícios generais em mim
com governação inlibídica
e superposição emocional
As frasquetas se enevoaram
as mamelucas se aquietaram
dançou nada o tangueiro irmão
calou-se o tenor operal
Minhas asas se arrevoaram
minhas folhas se esgarçaram
meus frutos estragaram
minhas sementes se esmigalharam
Mutilaram minhas duzentas vozes
e deram-me personalizada uma
Bem maior e mais forte
Tanto quanto uníssona e profunda
Meus olhos não são duzentos áses
meus fervores se distam da carne
meu óbvio se tornou neural
meus cabelos têm um negro fatal
E as cores que meus olhos tinham
de cristais e cristalinas águas cândidas
Se todos amarelaram intenso
E num laranja fógueo estremesso
Em mim ronda uma emoção
Única e sozinha, como a voz minha
mas de tão gigante vazão
que morrerá espiritual e mentalmente
todos que meus passos cruzarão
Ronda em mim a serpente em chamas
e não mais angelical pereço
De meus dedos sumiram os beijos
das Liríades abençoadas
Se tornaram as gotas de sangue
mais pérfias que eu conheço
Minha saliva pungiu veneno
e minha intenção há de matar
Sou o anjo caído dos céus
Sou aquele que queima sem queimar
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