12/17/2008

Teremos

"Me demandas a arte que lhe fere
e terás pois que senão não me presto
e testo, para que?
Para ti, tudo que tiver de ser."

Ressalvo as nítidas fronteiras
de mim, de ti, de nós que somos dois
e tremo firmemente pois que sinto,
pois que sinto o tempo sem passar

De mim guarda mais que memórias
e não te lembras como lembra das horas
tens de mim mais que saudade
sentes fisicamente que me falta

É grande que sejamos quem somos
e os papéis que nos deram,
e que geram tão ofuscantes sensações
Falas que nos propõem.

Retamente nos atinge em cheio, em vazio
o susto e a prisão das falas
Surgimos para muito e tanto
Como tanto não somos mais?

Seguiremos o cântigo do contraste
dos conselhos pessoais (que nos afligem)
ou seremos e simplesmente seremos
eu o barco, tu o cais?