12/19/2008

Decadência Real

"Ela queria despretensão.
Ele supôs que seria possível.
O resultado não poderia ter sido pior."


A honestidade que faltava nas doses
de palavras e de suposições
gorjeavam por sobre os ombros
meus e indiferentes teus

A força que prendia meus olhos
de dentro dos meus aos teus
A tempestade de meu sono
a impassibilidade

Os assombros de vertigem por ti
e por tudo que a rondava, a marca
O que era você agora
O que em você amava

Você é a mão que me conduz por uma estrada
que dista levemente e sempre do normal
Cada palavra é um passo para fora de meu habitual
Cada segundo que te acompanho é imortal
nada mais sei, senão que te amo.

12/17/2008

Teremos

"Me demandas a arte que lhe fere
e terás pois que senão não me presto
e testo, para que?
Para ti, tudo que tiver de ser."

Ressalvo as nítidas fronteiras
de mim, de ti, de nós que somos dois
e tremo firmemente pois que sinto,
pois que sinto o tempo sem passar

De mim guarda mais que memórias
e não te lembras como lembra das horas
tens de mim mais que saudade
sentes fisicamente que me falta

É grande que sejamos quem somos
e os papéis que nos deram,
e que geram tão ofuscantes sensações
Falas que nos propõem.

Retamente nos atinge em cheio, em vazio
o susto e a prisão das falas
Surgimos para muito e tanto
Como tanto não somos mais?

Seguiremos o cântigo do contraste
dos conselhos pessoais (que nos afligem)
ou seremos e simplesmente seremos
eu o barco, tu o cais?

12/10/2008

Estrofe dos 11 versos

"A rima é uma tolice.
Poesia não foi feita para ser ouvida.
Para tal são canções."


Em barganha com Deus nasci para ser personagem
da história que muito Ele assistia, aqui.
Ganharia eu duas certezas:
a morte, fim do infinito
o amor, duradouro até o fim da vida.
Tolo eu de aceitar, incerto que estou
de que morrerei, até que morra
de que amarei, até que ame.
Personalizo, pois se quebro a promessa
certo assim estarei de que não morro mais
e de que meu coração apenas emoções médias o arrebarão.