9/10/2007

Seventy

As vozes celestes não calam
e bradam mais alto e mais nítido
notas musicais e vozes pardas
elevando minha força-espírito

Farfalham as asas calmas dos anjos
e dos mesmos anjos surge um sinal
uma calma luz traçada no meu olhar
e a voz de minha mãe, um fluído verbal

Posta em várias iguais ternuras
Terna em eternas partes matrizes
Imensa no contra-golpe imediato
Eterna na amor do filho pródigo

Dançam anjos e criaturas celestiais
Sob o som da voz de minha mãe
mas se riem do retorno de minha voz
rouca, grave, errada e fraca

Mas serão firmes as próximas notas
e valentes as palavras que sairão
Retumbantes as versões expostas
E grandes as reações angelicais
Cantarão e dançarão mais
E chorarão de Alegria os que sentirem
a áurea que nasce de mim
e de minha mãe
e de minha eterna calma sorrida
e de minha mãe
e da minha felicidade instânea
e de minha mãe
a áurea de minha mãe
setenta vezes maior...

9/04/2007

Never again

"Nem mesmo uma explosão nuclear
libera tanta energia quanto o ódio."


É uma imensidão que meu corpo não
havia experimentado até então
De fúria que nem algoz vil
destilou por entre seus humilhados

De tú não espero mais que ações falhas
que podridões nas atitudes
que criancice na fala
que paradições nas horas múvias

A tua alma inadmirada para nada serve
seus olhares de plástico nem mesmo me seguem
tua criatura interior é fraca
Tuas mãos nem mesmo sabem o que fazem

De mim teves muito mais do que merecia
minhas palavras, minha calma, meu sincero olhar
mas nem em mil anos seria tú capaz
de alcançar tal firmacidade e complacência

Estou indo embora, para longe de ti
Desisto de esperar te tornares alguém normal
com noção do que palavras e atitudes causam
a alguém que espera de ti amor e situação

Estou partindo e lhe tirando o posto que tens
Destituo-te de presente em minha vida,
de importante, de lembrança querida

Não suporto mais sonhar com brigas que
reais deveriam ser
Não suporto mais acordar sufocado
louco de vontade de te matar

9/03/2007

Áurea liberatividade

"São mulheres desgraçadas
Como Agar o foi também,
Que sedentas, alquebradas,
De longe,bem longe vêm.
Trazendo com tíbios passos
Filhos e algemas nos braços,
N'alma lágrimas e fel.
Como Agar sofrendo tanto
Que nem o leite do pranto
Têm que dar para Ismael."

Abram as vagas resvaladas velas apagadas
para que sejam rijas chicoteadas moças gentis
que calam quem de fronte forte constela
estrelas caídas sem brilhos hostis

Levantai dos túmulos de medo
suas forças e seus segredos
Moças lindas do deserto de laços
façam brandir noutras faces teus traços

Imperosas amazonas ocidentes
trabalhai teu lado serpente
Enjaule a ignória presença do capataz
que por tal se torna rota e fugaz
Completa tal façanha serás unida em ti
Outrora escrava, agora Rainha de si