11/16/2006

Burreza de gente sem senso

É você que nada em mares sujos
Eu criei de você um nojo!
Que nojo imenso que me enche de salivas.

És tu um escarro em minha boca.
De todo amor que lhe dei,
cada perdão que ensaiei,
cada lágrima que escorreu

Hoje me parece um erro imenso e fatal
Os pedaços do meu coração, estes estavam pelo chão,
e agora nada que fizeres reverterá
o que em mim se instaurou.

Por você, o amor que sentia, virou tristeza
Trsites dias pedri, pensando em você.
Vá-te, escarro de minh'alma
que aqui teu espaço findou.

Os tanques de 1989

No máximo do desencanto,
no fervor do corpo,
no choro forte, mas branco,
na loucura imensa de um povo.

Num grito uníssono e forte,
na febre negra da repressão,
na dor que escala a morte,
no descontentamento mortal.

Nasceu o virgem de medo.
Aquele que se superou.
Parou tanqes com olhos e flores.
Se fez voz de um povo.

Nas asas crescentes da impunidade, o herói se consagrou. Se fez de coragem e entrega. Todo um povo calou.

Táboa de Tiro-ao-Alvo

Andei pensando, sob suspiros desfolegados
que minhas idéias rondavam,
mas não miravam.

Faço dardo de minhas palavras,
no presente momento, então.
Tens e terás quem pode.
Sonhas e sonharás com quem não deves.
Choras e chorará por quem não terás
[por completo.
Amas e amarás alguém que não existe
[nem nunca existirá.
Rogas a imagem alheia,
mas desejas um bem maior.
Queres a tua imagem ao alto.
Queres ser o melhor.
Cadê aquela passagem?
O desejo de todos é ser motorista...

Chave

A quebra do compasso, sem ponta na agulha
Caíram as pétalas da rosa-dos-ventos

Num passe de lágrimas voará meu ser
assim que o Navio no porto chegar.
O porto do vale de mágicas
aonde minh'alma não mais viverá

Todo sentimento suicidará
Amor, casamento, insônia, tormento
Raiva, saudade, alegria, amizade

A morte que me espera
me aliviará
É uma chave para o céu...
para pacificar
esse ser de tormentos
que eu me tornei.

Sabedoria em pó

Não Haverá Caminho Melhor Que o Tortuoso


Que aconteceu?

O urubu perdeu a hora
Desta carcaça nada mais sai

Quem chora?

Choram os lírios e as moças de Byron
Negro é o fim para todos aqueles que acreditaram
[na eternidade do começo e meio...

Que aconteceu?

A beleza se esfumaçou, a verdade se escondeu
a novidade se apagou, e agora José, quem sou eu?

Choro eu, choro demais. Amor, meu grande amor, que aconteceu?

No meu coração cabe você inteiro
só que, veja que triste, você não o preencheu.

Pois que seja. Amo-te odiosamente. Vá e não voltes mais.

E messa longa estrada de procuras,
minha alegria se desmantelou, virou pó.
Perdi uma estrela querida,
não achei minha pessoa amada.