11/22/2007

Variações

Por todas as vezes que sentei ao sol
nenhuma delas ceguei-me tal
qual agora me enfrento e estou
tal e qual respiro e sou

Teu mar de luzes que salgara meu distinguir
também me priva do ar que não mais sinto
E as mãos lutando se cansam tanto mais
só um deserto oceânico me circunda

Mergulhado em mortidão, assumo-me refletor
e cada mínimo ponto de luz retumba e te atinge
enfim estou único e sobrevivido
e tú vai se cegando com tua própria expansão

Solitariamente universal trabalho cada força minha
me transformo na maior forma e na mais rara rima
me pareando com gigantescas unidades frias
derretendo cada antigo ponto morto de energia

Me sobreponho e aceito tua reza a mim
concedo futuros frutos e sobriedade
te dou um banho de sanidade
e juntos, inundados de variações
nos tornamos iguais.