11/26/2007

Único a dançar

Houve um dia que tudo se amarelou
mesmo de olhos fechados tudo se escondia
nem som nem vozes
difícil de se ver, nada se ouvia

Meus chinelos jogados ao chão
meus verbos todos dançando no singular
fios e fios conectando peças
minhas peças desconectadas do ar

Um abandono fosco desolava meu lugar
uma unicidade plana não parava de tocar
músicas que antes cantei sobre mim mesmo
sobre o que ouvi dizer e o que aprendi a falar

Meus sentimentos baixos se instauraram
Eu, sempre único, mesmo acompanhado
Lutando, mudando e tentando mudar
Acreditando todo dia e tentando acreditar

Para tudo que não via sentido um precisava criar
Toda vez que paro tento me movimentar
Mesmo com meu corpo parado
Minha mente não vai mais parar