11/29/2006

Descontrole

Jogaram-se as moedas ao ar
que será, meu Deus?
Sorte? Azar?

Me desfiz de rédea e trono,
me joguei no esperar
me julguei impassível
me perdoei por crimes loucos
me julguei por violências alheias
achei meu caminho perverso
me reinventei

Amanheço sem pulseira nem mãos,
acordei sem pulso, com todo o coração
batendo firme e estúpido
desejando as moedas nas mãos
a imensa ilusão
o fim eterno sem certo continuar
o mau caminho que tanto brilha nos meus olhos

O mau estapeei de fronte limpa e conservada
de pensamento inórbito e feito de pó de ouro
da imensa verdade que nasce de um descaso póstumo
da felicidade que inalcansável se torna paixão

Hoje joguei meu ouro à porcos tolos
me independi e sorri sem medo
e na valsa do descaminha, na volta,
me retumbo de clareza e força
me encaixo na paz mundial
na paz infernal e temporal
no mundo perfeito de momentos óbvios e soltos

Não há nesse segundo uma sequer morte em minha mão
Não controlo nada, nem mesmo meu coração
Hoje a vida é de qualquer um, menos minha.

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