11/29/2006

As escarpas são altas

Nos campos verde e azul marinho,
uma bruma prateada se levanta
e meus cabelos, jogados no vento, cantam.
Eu, de joelhos, clamo.

Dos amores que perdi, faço conta.
E não sai da minha cabeça que isso é uma afronta.
Meus punhos cerrados arrancam o chão,
a luz da Lua não é mais que um clarão.
O lago em meus olhos dança e se colore de estrelas.
O amanhã não parece chegar.
O amanhã não quer chegar.

E de tão alto que estava, de meu último amor, desisti.

As asas que ruflaram levavam minha alma aos céus.
Subi sem nenhum coração.
Este se despedaçou no chão.

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