11/03/2009

Final

Não será diferente sua revanche, seu intento,
que tal qual ele já muitos sofri e mesmo os fiz.
Não ouvirei teu chamado, não te oferecerei batalha,
não te olharei nos olhos, não te dirigirei a palavra,
não te reconhecerei de propósito,
não apontarei a ti meu sorriso.

A qualidade de finada banha o que fomos
e de morta nossa intenção, nosso gesto.
Já não me recordo do formato do teu abraço,
das linhas de teu rosto, da tua velocidade,
da tua voz baixa murmurando que me ama.

E a volta nunca acontecerá, pois sou:
o navio que lhe despediu no cais e naufragou.
A onda que se elevou e agora jás nos bancos de areia.
A folha que, solta da árvore, esta nunca mais viu.
o vento que lhe agitou os cabelos e subiu.
O fogo que aqueceu e nas cinzas se fez lembrança.
O som que antecedeu o silêncio que seremos para sempre.

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