5/22/2009

Canhotismo

"Quando se abrem as páginas da onisciência
e se as lêem frente e verso, amante e amada,
a descoberta se desfaz, a rotina manda
e da rotina provas o amor de verdade"


No que te prenso, se esvai
se corro se desvias, corre mais
se paro me vem em direção
se fecho os olhos grita-me canção

Em quando me desejas herói
te renego, piso, dilacero
e se por vislumbre me ensejas ódio
te salvo, te olho, te falo, te encanto

E quando te marco e tanto machuco
entre vícios e demarcações me cria amor
e quando te amo se enche
se cansa e se desvia

Entre brigas e lados, choros calados
noites pensadas, manias veladas
Um em cada olhar que se afunda
Outro silêncio causado, amargo

Se te jogo para qualquer canto que tenho
me relembras o que é ser centro
Quando me fecho e não, por opção, penso,
se desenhas irracional

Se volto, vem
Se canto, calas
Se choro, secas
Se seco, choras
Se morro, vem
Se venho, morres
Se olho, desvias
Se desvio, olhas
Se amo, sorri
Se sorrio, me lembras
que amor se desvia
não se encontra
se tenta

Na mão direita enlaço a calma
na esquerda tu és ferida
Na calma tudo vai bem
na esquerda eu sinto e apenas sinto

E penso:
vivo sem sentir, direito
ou sinto morrendo que vivo...canhoto?

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